Em comunicado conjunto das fundações Eça de Queiroz e Millennium BCP, que atribuem o prémio, a organização indicou que o júri, composto por Bruno Vieira Amaral, Carlos Reis, Isabel Lucas, Luísa Mellid-Franco e Manuel Pereira Cardoso, decidiu atribuir o prémio por unanimidade.
“A obra recupera a ideia da narrativa enquanto viagem, e nela o desenvolvimento de um processo de autoconhecimento. O romance explora a fronteira da ficção e da não-ficção, nunca se desviando da literatura. A errância geográfica e amorosa alicerça-se na maturidade literária e estilística da autora, que faz de ‘A História de Roma’ uma obra original, resgatando da banalidade um dos temas mais recorrentes da literatura”, justificou o júri, citado no comunicado.
A sinopse do livro, editado pela Caminho em setembro do ano passado, é a seguinte: “Duas pessoas que foram outrora um casal encontram-se passados dez anos de se separarem. Ela, lisboeta, condu-lo a ele, o estrangeiro, por diferentes percursos na sua cidade, enquanto desnovelam memórias. Na tentativa de estabelecer um passado comum, raros são os trajectos que coincidem. Resta-lhes os nomes de certas ruas, de certas cidades — Buenos Aires, Berlim, Marselha, Beirute — que se tornam topografias íntimas, que não poderão mais ser visitadas, como o nome da filha que nunca tiveram”.
O prémio tem o valor de 10 mil euros e distingue, a cada dois anos, uma obra de ficção de um autor com menos de 40 anos.
A entrega do prémio vai acontecer no dia 23 de setembro na sede da Fundação Eça de Queiroz, em Tormes, no concelho de Baião, no distrito do Porto.
Os restantes finalistas para a edição deste ano eram Catarina Costa, João Pedro Vala, João Reis e Ricardo Lemos.
Joana Bértholo nasceu em 1982, em Lisboa, onde se licenciou em Design de Comunicação. A autora doutorou-se em Estudos Culturais em Frankfurt, na Alemanha.
Como recorda a biografia disponibilizada pela organização do prémio hoje anunciado, Joana Bértholo tem recebido várias distinções, como o prémio de melhor livro infantojuvenil da Sociedade Portuguesa de Autores, em 2018, para “Museu do Pensamento”, e o Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho, em 2009, para “Diálogos para o Fim do Mundo”, entre outros.
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