O falecido Quincy Jones recebeu postumamente um Óscar honorário numa cerimónia gala emocionante e cheia de estrelas em Hollywood no domingo, que também entregou estatuetas douradas aos produtores da saga James Bond, ao realizador e argumentista de comédias românticas Richard Curtis e à lendária diretora de casting Juliet Taylor.
Jones, titã da indústria musical dos EUA, morreu de cancro no pâncreas aos 91 anos, apenas duas semanas antes de receber um dos cobiçados prémios da Academia pelo conjunto da obra na 15.ª gala dos Governors Awards.
A sua filha, a atriz Rashida Jones, aceitou o prémio, dizendo ao público que o lendário artista de sucesso estava “muito entusismado em comparecer esta noite”.
“Ele costumava dizer 'viva cada dia como se fosse o último e um dia terá razão'. E ele fez isso... a melhor e mais bonita vida", disse ela, recebendo uma grande ovação.
Jones era mais conhecido por produzir discos de grande sucesso para lendas da indústria musical, de Frank Sinatra a Michael Jackson.
“A verdade é que o homem teve um impacto igualmente poderoso no mundo do cinema”, disse o ator Jamie Foxx, ao apresentar o prémio.
Jones produziu filmes seminais de Hollywood, incluindo "A Cor Púrpura" (1985 e 2023), e recebeu diversas nomeações para os Óscares competitivos por canções e bandas sonoras, incluindo "A Sangue Frio" (1967) e "O Feiticeiro" (1978)
Selena Gomez, Jennifer Lopez e Zoe Saldana estavam entre as celebridades que seguravam as lágrimas na plateia enquanto Jennifer Hudson cantava um tributo musical.
Organizado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, o luxuoso Governors Awards homenageia todos os anos veteranos da indústria cinematográfica, muitos dos quais não receberam o que mereciam na cerimónia dos Óscares competitivos.
O evento também oferece uma oportunidade para estrelas e estúdios cortejarem os eleitores da Academia - e avaliarem os seus rivais - à medida que as próximas campanhas dos Óscares para 2 de março começam a tomar forma.
VEJA AS ESTRELAS NA PASSADEIRA VERMELHA.
Na receção de domingo, Kieran Culkin e Jeremy Strong, estrela da série "Succession” – em campanha para os seus filmes jornalísticos “A Real Pain” e “The Apprentice” – desfrutaram de uma longa conversa.
Já o aclamado realizador espanhol Pedro Almodóvar (“O Quarto ao Lado”) conversou com o seu homólogo iraniano exilado, Mohammad Rasoulof (“The Seed of the Sacred Fig”).
Bond, James Bond
Daniel Craig – que protagoniza a adaptação deste ano de William S. Burroughs “Queer” – conversou com amigos no bar, os lábios firmemente fechados sobre a identidade do seu sucessor como James Bond.
Barbara Broccoli e Michael G. Wilson, os meio-irmãos que controlam a amada saga de espionagem 007 desde "Goldeneye", de 1995, estavam entre os homenageados no domingo, mas com o prémio destinado a produtores, o Irving G. Thalberg (a estatueta é o busto do lendário produtor de Hollywood dos anos 1930).
Passadas as rédeas pelo pai, o produtor de cinema Albert Broccoli, a dupla supervisionou vários dos maiores filmes Bond nas bilheteiras, incluindo "007 - Skyfall", que arrecadou mil milhões de dólares em 2012, no qual Craig interpretou o suave espião britânico com licença para matar.
A expectativa continua a aumentar pelo anúncio de quem interpretará o próximo espião fictício mais famoso do mundo.
“Só para esclarecer uma coisa, viemos aqui esta noite para descobrir quem será o próximo James Bond”, brincou Craig, no palco apresentando o prémio.
"Não olhem para mim. Mas ele pode estar na sala", acrescentou - antes de insistir que estava a brincar.
O argumentista e realizador britânico Richard Curtis, 68 anos, que criou "Notting Hill", "O Diário de Bridget Jones", "O Amor Acontece" e "Quatro Casamentos e um Funeral", recebeu a estatueta Jean Hersholt, que é especificamente para o trabalho humanitário de figura da indústria.
Curtis co-fundou a Comic Relief, uma instituição de caridade britânica que arrecadou cerca de 2,5 mil milhões de dólares ao longo de quatro décadas, reunindo estrelas da comédia e do entretenimento para desafios malucos e programas de angariação de fundos extremamente populares.
Poucos meses após anunciar uma nova categoria competitiva para Melhor Casting (elenco) a partir da cerimónia de 2026, a Academia entregou um quinto Óscar honorário a Juliet Taylor, 78 anos, precisamente uma lendária diretora de casting, ligada a filmes como "O Exorcista", "Taxi Driver", "Annie Hall", "Sintonia de Amor" e "A Lista de Schindler".
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