Ao contrário dos habituais espectáculos da banda, um formato essencialmente acústico foi preparado para os muitos fãs que assim o exigiam.
A expectativa era elevada e muitos eram os fãs que se amontavam junto à entradacom o intuito deconseguirem o melhor lugar. O palco expunha um cenário simples mas, ao mesmo tempo, bem organizado, revelando toda a imensidão de instrumentos que fizeram parte do evento.
Com a sala completamente preenchida, a banda entrou em palco, ondefoi recebida com um enorme aplauso e alguns assobios. Se alguém dissesse que eram artistas portugueses, seria difícil de acreditar. Infelizmente não se vê muitas reacções assimàs performances de artistas nacionais. Demo, sem palavras, limitou-se a agradecer o carinho demonstrado.
Nunca deixando o público adormecer, mesmo sendo um concerto sentado, Demo e New Max partiram numa viagem com os seus últimos temas como Dou-te Nada ou ainda o mais conhecido O Amor é Mágico, que colocou literalmente toda a plateia a dançar. Por vezes o próprio concerto assemelhava-se mais a uma aula de Fitness, onde o sentar e levantar eram actividades constantes. Reacções em cadeia despoletadas por Demo animavam a noite, que contou com muitos convidados, alguns inesperados.
Não foi preciso esperar muito até surgir o primeiro nome: Virgul. Abanda explicou a sua ligação ao artista, que subiuao palco debaixo de um forte aplauso - "algo de que já tinha saudades". This is For My People fez explodir a sala, que abanava os braços e cantava sem parar. Não se avistava ninguém sentado, a alegria era simplesmente contagiante.
Os nomes dos convidados que estariam presentes já tinham sido divulgados, mas nada faria prever um dos momentos altos da noite. Demo anuncia que, apesar de não estarem à espera, um concerto no Porto teria, obrigatoriamente, que contar com a presença de alguém que "ama o Porto", alguém que tem um especial carinho por esta cidade. A plateia levanta-serepentinamente, para aplaudirRui Veloso que, em casa, recebeu um carinho bastante harmonioso dos presentes.
Solos de harmónica como Chico Fininho ouviam-se no recinto, mas foi Porto Sentido que contagiou e protagonizou aqueles minutos verdadeiramente mágicos.
Os mais variados instrumentos e sons fizeram parte do evento. A Harpa, com o seu habitual som suave e confortante,o trompete, entre muitos outros:havia sons para todos os gostos e com tanta variedade, só mesmo brincar com a voz estava a faltar.
Os Expensive Soul, comose lessem a mente dos presentes,apressaram-se a chamar ao palco As Vozes da Rádio, que interpretam Vi-te Picar o Ouriço num momento inédito e divertido, que colocou mais uma vez o público a cantarem uníssono.Eu Não Sei segui-se, numacolaboração dos Expensive Soul com As Vozes da Rádio, que resultou numa ligação perfeita, adorada por todos.
Demo, sempre muito informal, não se cansou de dizer que aquele estava a ser o melhor concerto da sua vida. Visivelmente emocionado, elogiou o Porto, as suas pessoas e a sua casa, levando, em troca, um aplauso digno do guiness.
Por esta altura já o relógio estava bem adiantado, sendo queo momento do encore serviu para alguns abandonarem o recinto. Mas a grande maioria simplesmente não arredou pé, querendo mais e mais.
A banda responde, então, aos pedidos e sobe ao palco onde ainda apresenta mais uma surpresa: Kika Santos, que tinha estado presente no concerto de Lisboa. A cantoracanta A Sinfonia do Amor, imediatamente reconhecidae cantada por todos.
Com algum cansaço a tomar conta dos músicos e da plateia, ouve-se, novamente, O Amor é Mágico, recebido em total clima de festa e euforia. "Os Expensive Soul estão de boa saúde", lembra - como se ainda fosse necessário, após um festão daqueles - a dupla de Leça de Palmeira.
Demo, extasiado,dá por terminado o concertos, dedicando-o à sua filha.
Fotografia: Filipa Oliveira
Texto: José Aguiar
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