Será a partir das 13h30 (hora de Lisboa) que começam a ser conhecidos a partir de Los Angeles os candidatos nas categorias de cinema e televisão para os Globos de Ouro, apresentados pelas atrizes Sarah Jessica Parker e Taraji P. Henson num evento transmitido em direto no "site" oficial do evento. O SAPO Mag vai acompanhar o anúncio ao minuto.
Os Globos têm a mística de serem a grande "antecâmara" dos Óscares, apesar de serem mais influentes do que propriamente barómetro de previsões (no ano passado, os prémios principais foram para "1917" e "Era Uma Vez... em Hollywood", enquanto "Parasitas" dominou as estatuetas da Academia).
Numa temporada de prémios normal, as nomeações dos cerca de 90 membros da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood seriam anunciadas no início de dezembro e os vencedores conhecidos no primeiro fim de semana de 2021 numa cerimónia que conjugaria o glamour das estrelas com uma informalidade "alimentada" pelo álcool a circular pelo salão do hotel Beverly Hilton, em Los Angeles. E agora, estaríamos na contagem decrescente para os maiores prémios do cinema.
Mas após os cinemas terem fechado, as rodagens terem sido suspensas, as estreias de filmes adiadas ou transferidas para o streaming, causando um sismo na indústria do entretenimento de que ainda não são conhecidas todas as consequências, a pandemia também alterou datas e formato: os Globos de Ouro serão um evento virtual apresentado por Amy Poehler (a partir do Beverly Hilton) e Tina Fey (desde a sede do canal NBC, o 30 Rock em Nova Iorque) a 28 de fevereiro... a data que os Óscares deixaram vaga a meio de junho do ano passado, quando adiaram a sua cerimónia para 25 de abril.
A título excecional, tanto um como outro evento também alteraram regras de elegibilidade dos filmes, aceitando que possam ser lançados primeiro em plataformas de streaming (desde que existissem planos para o seu lançamento nos cinemas) e alargando o fim do prazo de lançamento de 31 de dezembro de 2020 para 28 de fevereiro.
Apesar de todos os constrangimentos, existem favoritos nesta temporada e eis o que se pode antecipar das nomeações dos Globos: muitas serão para a Netflix (tal como vem acontecendo com as séries nos últimos anos).
Após os principais estúdios de Hollywood terem adiado as estreias das títulos como "West Side Story" (Steven Spielberg), "Dune" (Dennis Villeneuve) ou "The French Dispatch" (Wes Anderson), a plataforma tem a passadeira vermelha estendida para dominar a lista de nomeados com "Ma Rainey: A Mãe do Blues" (George C. Wolfe), “Os 7 de Chicago” (Aaron Sorkin), "Mank" (David Fincher), "Da 5 Bloods - Irmãos de Armas" (Spike Lee) e "The Prom" (Ryan Murphy).
Os principais estúdios de Hollywood, principalmente as suas subsidiárias especializadas, deverão fazer-se representar por "Nomadland - Sobreviver na América" (Chloé Zhao), "Notícias do Mundo" (Paul Greengrass), "Emma" (Autumn de Wilde), as animações "Soul - Uma Aventura com Alma", "´Bora Lá" e "Os Croods: Uma Nova Era", "Judas and the Black Messiah" (Shaka King) e "Minari" (Lee Isaac Chung), apesar de, numa decisão polémica dos Globos, só poder concorrer a Melhor Filme Estrangeiro pelo predomínio da língua coreana na produção americana.
Da Amazon Prime, devem aparecer na lista "One Night in Miami" (realizado pela atriz Regina King), "Borat, O Filme Seguinte" (Jason Woliner) e "Sound of Metal" (Darius Marder), enquanto a AppleTV+ alimentará esperanças principalmente com "On the Rocks" (Sofia Coppola) e a Hulu com a comédia "Palm Springs" (Max Barbakow).
Também não deverá faltar a gravação do musical da Broadway "Hamilton" (Disney+), que foi aceite pelos Globos e não é elegível para os Óscares.
Nas categorias de interpretações e entre atores principais e secundários, em dramas e comédias ou musicais, provavelmente podem surgir nas nomeações Chadwick Boseman ("Ma Rainey" e "Da 5 Bloods"), Frances McDormand ("Nomadland"), Viola Davis ("Ma Rainey"), Riz Ahmed e Paul Raci ("Sound of Metal"), Gary Oldman e Amanda Seyfried ("Mank"), Anthony Hopkins e Olivia Colman ("O Pai), Sacha Baron Cohen e Maria Bakalova ("Borat, O Filme Seguinte", Cohen também por "Os 7 de Chicago"), Vanessa Kirby e Ellen Burstyn ("Pieces of a Woman"), Bill Murray e Rashida Jones ("On the Rocks"), Steven Yeun e Yuh-Jung Youn ("Minari"), John David Washington e Zendaya ("Malcolm & Marie"), Andy Samberg e Cristin Milioti ("Palm Springs"), Delroy Lindo ("Da 5 Bloods"), Sophia Loren ("Uma Vida à Sua Frente"), Tom Hanks ("Notícias do Mundo"), Carey Mulligan ("Uma Miúda com Potencial"), Meryl Streep ("The Prom"), Michelle Pfeiffer ("French Exit"), Mark Rylance ("Os 7 de Chicago"), Glenn Close ("Lamento de uma América em Ruínas"), Daniel Kaluuya (“Judas and the Black Messiah”), Lin-Manuel Miranda ("Hamilton"), Dev Patel ("A Vida Extraordinária de Copperfield"), Leslie Odom, Jr. ("Uma Noite em Miami"), Anya Taylor-Joy ("Emma"), Pete Davidson ("O Rei de Staten Island"), Nicole Beharie ("Miss Juneteenth") e Sidney Flanigan ("Never Rarely Sometimes Always").
Nas produções de TV e com a ausência dos vencedores do ano passado "Succession" (Drama) e "Fleabag" (Comédia), são prováveis as presenças de "The Crown", "The Mandalorian", "Ozark", "The Boys", "Perry Mason" e talvez já o fenómeno "Bridgerton" nas séries dramáticas, enquanto nas comédias não poderá faltar a despedida de "Schitt’s Creek", a grande triunfadora dos últimos Emmys, além de "Ted Lasso", "The Great", "Ramy", "What We Do in the Shadows" e "The Flight Attendant".
Nos telefilmes ou minisséries, é certa a presença de "Gambito de Dama", com um favoritismo muito à frente de “Unorthodox”, "Normal People", “The Undoing”, “Mrs. America”, “The Comey Rule", "Fargo" ou a antologia "Small Axe".
Mas há nos Globos uma tradição que a pandemia não vai alterar: os prémios para o melhor da televisão são vistos como redundantes depois dos Emmys em setembro do ano anterior e ficam sempre para segundo plano. As cabeças de cartaz são os filmes e, principalmente, as suas estrelas...
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