De acordo com informação disponível no site oficial da feira, que decorre entre sexta-feira e domingo, “Valkyrie Liberty” é uma das 12 obras, entre instalações de larga escala e trabalhos ‘site-specific’ (criados para o espaço onde são mostrados), que integram a mostra, com curadoria de Eugenie Tsai.
A obra “Valkyrie Liberty” “constitui uma reinterpretação profunda e contemporânea do mito nórdico das valquírias”, lê-se no ‘site’ oficial de Joana Vasconcelos.
A peça foi considerada pelo jornal New York Times como um dos destaques da feira, sublinhando que o trabalho de Vasconcelos “ocupará mais espaço do que talvez qualquer outro artista na feira”.
Aquela instalação em larga escala integra elementos têxteis e tecnológicos, à semelhança de outras ‘Valquírias’, grandes estruturas com vários braços, inspiradas no mito escandinavo em que as mulheres enviadas de Odin tinham a missão de escolher os vencedores e acompanhar os guerreiros mais corajosos após a morte, que a artista tem criado ao longo dos últimos anos.
A ‘Valquíria’ que é agora apresentada em Nova Iorque junta tecidos do arquivo da casa de moda francesa Dior, luzes LED e croché, “abrindo um diálogo entre a indústria da Alta-Costura e o reino doméstico do artesanato, geralmente reservado às mulheres”, de acordo com um pequeno texto de apresentação da obra, disponível no site da feira.
No ano passado, Joana Vasconcelos criou a “Valquíria Miss Dior” para ser apresentada no desfile da coleção feminina para da marca para o outono/inverno 2023-2024, em Paris.
A escolha do nome “Valkyrie Liberty” (Valquíria Liberdade, em português), “com referência explicita à Estátua da Liberdade, posiciona a obra como uma reflexão crítica sobre os ideais duradouros da democracia e do abolicionismo nos Estados Unidos”.
“Ao invocar o icónico símbolo de ‘Liberdade Iluminando o Mundo’, Joana Vasconcelos estabelece um diálogo entre a mitologia nórdica e as narrativas fundacionais norte-americanas, onde a pluralidade de materiais, cores e técnicas, conduz para uma reflexão sobre os conceitos de diversidade, representatividade e feminismo”, lê-se no ‘site’ da artista.
A obra de Joana Vasconcelos está na The Armory Show através da galeria espanhola Baró, de Palma de Maiorca.
Joana Vasconcelos nasceu em Paris em 1971, filha de pais portugueses.
Na década de 1990 começou a expor, tendo o seu trabalho começado a tornar-se conhecido internacionalmente em 2005, ano em que participou na Bienal de Veneza com a peça “A Noiva”, um lustre monumental composto por tampões de higiene íntima feminina.
Em 2012, tornou-se na primeira mulher e artista mais jovem a expor obras no Palácio de Versalhes, em Paris.
Um ano depois representou oficialmente Portugal na Bienal de Arte de Veneza, num projeto comissariado por Miguel Amado, que levou um cacilheiro, transformado em obra de arte, ao recinto principal da mostra internacional de arte contemporânea.
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