Nascido em Lisboa, de onde emigrou com os pais para o Canadá, Eduardo Águaboa deixou um legado de oito obras, umas com fins de beneficência outros em “autênticas canalhices”, como gostava de descrever, aludindo ao título do último livro e também aos lançados em outubro de 2014, “Taras de Lisboa”, e junho de 2015, “Taras de Luanda”.
Nas publicações nas redes sociais não existe qualquer referência à idade de Eduardo Águaboa – “não tenho memória do ano em que nasci”, brincava -, e até os amigos contactados pela Lusa relevaram a importância dessa “omissão” para Eduardo Águaboa, nome adotado em definitivo a partir de 2003.
Estudou Comunicação Social, com as “cadeiras” de Escrita Criativa e Filosofia, numa universidade canadiana e, numa primeira fase no jornalismo, cobriu a guerra na Sérvia para uma estação de televisão do Canadá.
Um deputado do Partido Socialista (PS) português o sugeriu a José Lello (falecido em outubro de 2016) que o convidasse para adjunto e assessor de imprensa na secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, onde se manteve entre 1995 e 1999.
Numa entrevista à revista Sábado, Eduardo Águaboa contou que “aceitou” o convite de Lello, que não o conhecia, depois de o então secretário de Estado “também ter aceitado” a condição que pôs: “não sou um ‘yes man’”. “É isso mesmo que eu quero”, respondeu José Lello.
Além de “Crónicas do Bar dos Canalhas”, “Taras de Luanda” e “Taras de Lisboa”, Eduardo Águaboa publicou também “Mentira Sincera” (Prime Books, abril de 2003), “Camas Por fazer” (Plátano Editora, abril/2004), “Vieste P@ra Ser o Meu Livro” (Prime Books, julho/2006), “Sou Todo Meu” (Plátano Editora, junho/2010) e “Folie à Deux” (Plátano Editora, abril/2011).
Por publicar ficaram “IV Diário Caótico d’um Jovem Português: Portugal Cansa-me” e “Dias Dados Como Doidos”, obras com pequenas histórias que foi contando nos e-mails e no Facebook dos amigos, de forma quase diária, “alguns devaneios e delírios próprios de um canalha”.
O autor que disse escrever “para aliviar a tesão que invade o espírito cansado do stresse dos dias” também coordenou, com Luís Castro, 79 jornalistas para a obra “Curtas Letragens” e, com outros 58, as “Histórias Sem Aquele Era Uma Vez”, ambas com fins sociais.
O velório está a decorrer desde a noite de quarta-feira na Igreja de Benfica, em Lisboa, de onde o corpo sairá hoje às 15:00 para o cemitério de Barcarena, arredores da capital.
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