No âmbito desta atribuição, inicia-se hoje, em São Petersburgo, no noroeste da Rússia, uma programação na área do teatro e das artes de palco, e, no próximo sábado, o encenador português recebe o galardão no Teatro Alexandrinsky.
Graça Fonseca recorda que “é a segunda vez que o teatro português é celebrado no plano internacional através do mais relevante prémio atribuído por um largo conjunto de programadores, críticos, encenadores e especialistas teatrais depois de, em 2010, o Teatro Meridional ter sido distinguido com o mesmo prémio, também em São Petersburgo”.
“Tiago Rodrigues junta-se a uma lista que inclui nomes fundamentais para a renovação do teatro europeu, como os encenadores Romeo Castelluci, Thomas Ostermeier, Katie Mitchell, Christophe Marthaler, Rodrigo Garcia ou as coreógrafas Anne Teresa de Kekersmaeker e Sasha Waltz”, refere a ministra.
O encenador vai apresentar em São Petersburgo "Burning the Flag (work in progress)", "By Heart" e "Sopro", três projetos próprios.
Depois da presença em São Petersburgo, e no âmbito do Festival d’Automne à Paris, os espetáculos "Sopro" e "By Heart" serão apresentados na capital francesa, no Théâtre de la Bastille, no Théâtre de Chelles e no Espace 1789 de Saint-Ouen.
Segundo comunicado do TNDMII, todas as sessões já se encontram esgotadas.
A atribuição do prémio a Tiago Rodrigues foi anunciada no passado dia 11 de julho.
Para o júri do prémio, o diretor artístico do D. Maria II tem “dado vida a uma nova forma pessoal de construir pontes entre cidades e nações, tanto na cooperação civil, como artística, entre diferentes povos”, sendo assim um dos galardoados, que “continuam a lutar por um novo Teatro Europeu, que vá além de qualquer barreira ou preconceito”.
Graça Fonseca recorda que, “ao longo dos anos, e através de criações como ‘Se uma janela se abrisse’, ‘Três dedos abaixo do joelho’, ‘Tristeza e alegria na vida das girafas’, ‘Bovary’, ‘António e Cleópatra’, ‘By Heart’ e, já à frente do TNDM, ‘Se ela morresse’ e ‘Sopro’, Tiago Rodrigues contribuiu com um corpo dramatúrgico e imagético que trabalha a partir da possibilidade de reescrita da realidade, para a tornar poeticamente concretizável”.
“A dimensão humanista dos seus textos, atentos às falhas do homem, orienta uma relação entre palco e plateia crente na possibilidade de eliminar a efemeridade do próprio teatro”, remata a ministra.
O Prémio Europa de Teatro foi instituído em 1986 e, entre os criadores distinguidos, constam nomes como os dos dramaturgos ou encenadores Christoph Marthaler, Thomas Ostermeier, Katie Mitchell e Pippo Delbono.
O Prémio Novas Realidades Teatrais Europeias não representa apenas uma celebração artística, mas uma plataforma para a promoção da interdisciplinaridade, integração e cooperação entre o Teatro e as restantes artes.
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