Com o lema curatorial “10 vezes 50 anos”, para assinalar os 50 anos do 25 de Abril e os 500 anos do nascimento de Camões, a Feira soma 58 representações, entre alfarrabistas, editores e livreiros, repartidos pelos 48 pavilhões (stands), e 116 atividades.
“Esta ideia de multiplicar ['10 vezes 50 anos'] manifesta-se ao longo de toda a Feira do Livro, face àquilo que aconteceu” em 2023, disse hoje Rafael Nascimento, chefe da Divisão de Cultura e Promoção Turística da Câmara Municipal de Coimbra, em conferência de imprensa, fazendo referência ao aumento do número de pavilhões (oito a mais nesta edição), de livreiros (mais 17 representantes do que em 2023) e de atividades (o dobro do ano passado), assim como de espaços onde o evento decorre.
Além da Praça do Comércio, também recebem a Feira do Livro o Largo do Romal e o Largo do Poço, espaços que, entre os dias do evento, passam a chamar-se Praça das Famílias (com uma programação infantojuvenil) e Praça da Arte e da Criação (com foco no “pensamento artístico”), respetivamente, devido às atividades que recebem.
Há ainda locais paralelos que acolhem atividades, como o Parque Manuel Braga ou, no âmbito da “Rota de Contos nas Tabernas”, estabelecimentos como o Izakaya ONI e o Dona Lúcia.
Outra novidade são os dois espaços programáticos situados na Praça do Comércio, nomeadamente o Auditório Luís de Camões (estará localizado no centro da Praça) e o Palco Liberdade (substituindo a tenda que anteriormente estava situada em frente à Igreja de Santiago, este palco termina antes de começarem as escadas da Igreja, permitindo aos visitantes sentarem-se aí para assistirem às apresentações).
A programação inclui “uma série de nomes associados à arte, ao livro e à palavra”, da literatura à música, como Mário Cláudio, Lídia Jorge, Tom Farias, além de Sam The Kid, Manuel Cruz, Valter Lobo, Capicua, entre outros.
“Nós tínhamos a consciência de que, para crescermos, era necessário que existisse robustez do ponto de vista da programação e conceitos fortes, para que possamos, eventualmente, no futuro, fazer da ‘Baixinha’ uma espécie de pequena aldeia literária no meio da cidade”, afirmou Rafael Nascimento.
A Associação Cultural Apura, um dos parceiros da autarquia neste evento, ficou responsável pela mediação e programação do palco da "Praça da Arte e da Criação” (Largo do Poço), que é “uma montra do trabalho desenvolvido” por diversos agentes culturais da cidade ao logo do ano, como a Escola da Noite, a Cena Lusófona, o Teatrão, a Blue House e a Marionet, entre outros, esclareceu hoje Maria Cunha, da associação.
“Em relação à programação da Associação Cultural Apura, interessa-nos sobretudo a valorização de projetos emergentes e a promoção de projetos que cruzem a dimensão literária com outras vertentes”, completou Maria Cunha.
Incluído nas datas que a Feira assinala, estão os 250 anos da Imprensa da Universidade de Coimbra (UC), que se constituí como “a editora mais antiga do país em funções nas instalações onde ela foi inicialmente colocada”, elucidou a diretora de imprensa da UC, Carlota Simões, na conferência de hoje.
A Imprensa da UC celebrou 250 anos em 2022 e, neste ano, assinalam-se os 250 anos dos primeiros livros impressos pela editora.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, a autarquia investiu 200 mil euros na Feira deste ano, mais 70 mil euros do que em 2023.
“Triplicámos os espaços [da Feira], o que naturalmente implica mais investimento, mas também permite receber mais 'stands' e desenvolver mais atividades culturais”, vincou José Manuel Silva.
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