“No mesmo dia em que chega às livrarias, na próxima terça-feira, o novo livro de Lídia Jorge vai também ser apresentado, por Almeida Faria, às 18:30, na Livraria LeYa Buchholz”, afirma a editora em comunicado enviado à agência Lusa.
O novo romance da escritora surge quatro anos depois de “Os Memoráveis”, uma obra de ficção literária sobre o 25 de Abril de 1974.
No mesmo comunicado, Lídia Jorge afirma: “Pensei neste livro enquanto escrevia o final de ‘Os Memoráveis’, queria escrever a história de uma família que resistia à adversidade, tentando cada um esconder a sua vida privada aos outros”.
“Seriam vidas paralelas de resistência, e todas elas tinham em comum o facto de serem figuras prometaicas anónimas. Quis que este ‘Estuário’ fosse o símile do local por onde corre o rio das histórias, que se retêm por uns instantes na brancura das páginas, antes de desaparecerem no esquecimento”, afirma Lídia Jorge.
Edmundo Galeano é a personagem que protagoniza “Estuário”, uma personalidade que viajou pelo mundo no âmbito de missões humanitárias e que voltou à casa do pai sem parte da mão direita.
“Regressou com uma experiência para contar e uma recomendação a fazer por escrito, e na elaboração desse testemunho passou a ocupar por completo os seus dias”, adianta a editora.
Todavia, ao encontro deste irmão mais novo da família, “vêm ter sem remédio as vicissitudes diárias que desequilibram a grande casa do largo do Corpo Santo [em Lisboa] e Edmundo vai-se apercebendo, então, que as atribulações longínquas mantêm uma relação direta com as batalhas privadas que são travadas a seu lado”, afirmam as Publicações D. Quixote, que chancelam a obra.
A sua mão direita, desfigurada, “transforma-se numa defesa da invenção literária perante a crueza da realidade”, refere a editora, afirmando que “Estuário” “pertence à categoria dos livros de premonição, através do enlace entre o desenho do futuro e a Literatura”.
Lídia Jorge estreou-se literariamente com “O Dia dos Prodígios” (1980), no qual aborda o período após a revolução de 1974.
A bibliografia da autora, nascida há 71 anos em Boliqueime, no Algarve, inclui títulos nas áreas do romance, conto, ensaio e teatro.
Alguns dos seus romances foram adaptados ao cinema, como “A Costa dos Murmúrios” (1988), adaptado por Margarida Cardoso.
A autora tem sido distinguida com diferentes prémios, entre eles o da Latinidade, pelo conjunto da sua obra, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, em 2002, como “O Vento Assobia nas Gruas”, que lhe valeu também o Prémio Correntes d’Escritas, em 2004, e o Prémio Vergílio Ferreira, da Universidade de Évora, em 2015, pelo conjunto da sua obra.
Em 2006 venceu a primeira edição do Prémio Albatroz, da Fundação Günter Grass e, em 2015, o Grande Prémio Luso-Espanhol de Cultura, atribuído pelos Governos de Lisboa e Madrid.
A escritora, adianta a editora, vai marcar presença, nos dias 9 e 10 de junho, pelas 16:30, na 88.ª Feira do Livro de Lisboa, que abre no dia 25.
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