Os dois volumes, que chegaram na sexta-feira às livrarias, destinam-se a crianças até aos seis anos e inauguram a coleção de álbuns ilustrados do Álvaro Magalhães, distinguido em 2014 com o Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores, pelo seu livro “O Senhor Pina”.
Estes dois livros serão apresentados este sábado, às 16h30, na Feira do Livro do Porto, seguindo-se a leitura das obras numa sessão da “Hora do Conto” para toda a família.
“Para onde foi o verão?” tem ilustrações de Marko Rop, e “Monstruário” é ilustrado por Julia Lulis.
"Monstruário" conta "a história de uma menina [que] encontrou um livro raro, que a ensinava a criar bichos esquisitos", adianta a editora. "Primeiro, fez um pirulim, que era feio, malcriado e só fazia asneiras. Para se livrar dele, a menina fez um cornetão, que era o bicho que assustava o pirulim. Mas o cornetão ainda era pior. Para se livrar do cornetão, veio um taricoco, que era pior ainda; e por aí fora. Por fim, havia um tranglomango e um casobicudo, que corriam pela casa, destruindo tudo”.
“Para onde foi o verão?” narra “a história de Bino e Banzé, dois curiosos suricatas que, quando a chuva e o vento chegam à ilha onde vivem tranquilamente, querem saber onde se escondeu esta agradável estação do ano”.
Em junho, Álvaro Magalhães tinha já iniciado uma nova coleção literária para os mais novos, “Passagem Secreta”, com histórias assinadas por si e ilustradas pelo espanhol David Pintor, também publicadas pela Porto Editora.
“Olho de Lince – A incrível história da família Malapata”, uma família que sofre “pequeno golpes de má sorte todos os dias, a toda a hora”, inaugurou essa coleção, sendo recomendado para leitores entre os seis e os dez anos.
Nascido no Porto em 1951, Álvaro Magalhães começou por escrever poesia, que lançou em edição de autor, mas está vinculado desde os anos 1980 à literatura denominada infantil e juvenil, porque é direcionada para crianças e jovens, embora o autor sempre diga que o que faz é para todos.
Em 2022 assinalou 40 anos de carreira, a contar desde a edição de “Uma história com muitas letras”, de 1982.
Na altura, em entrevista à agência Lusa, Álvaro Magalhães disse que, além da filha, para quem escreveu as primeiras histórias, houve duas outras pessoas que o levaram para o universo infantojuvenil: a escritora e editora Ilse Losa, que o estimulava a escrever, e o autor e amigo Manuel António Pina.
“Ele é que fundou a modernidade na literatura infantil. Até aí não existia nada. Ele é que nos mostrou que havia vida em Marte, que havia um mundo de possibilidades, […] uma literatura gratuita, feita de jogo de palavras, de explorações semânticas, linguísticas. Ele foi o fundador”, disse.
Em quatro décadas, não sabe bem já quantos livros editou – “é à volta de 120” -, entre conto, poesia e álbum ilustrado, incluindo várias séries de enorme sucesso, como “Triângulo Jota”, “O Estranhão” e “Os Indomáveis FC”.
O seu livro “O limpa-palavras e outros poemas” fez parte da lista de honra do Prémio Hans Christian Andersen, em 2004, e “Hipopóptimos – Uma história de amor” foi distinguido com o Grande Prémio Calouste Gulbenkian para crianças e Jovens, em 2002.
Comentários