Em entrevista à agência Lusa, a diretora da instituição, Caroline Bissière, explicou que se trata de "uma das maiores exposições sobre a criação artística portuguesa em França há muito tempo".
No total, foram escolhidas "cerca de 140 obras de 65 artistas portugueses contemporâneos, como, por exemplo, Joana Vasconcelos, José Pedro Croft, Pedro Barateiro, Carla Cabanas, Pedro Cabrita Reis, André Cepeda, Gil Heitor Cortesão, Ângela Ferreira, entre muitos outros.
O objetivo da exposição é "mostrar um panorama" que ilustre "a diversidade da cena artística portuguesa a partir dos anos [19]70", explicou Caroline Bissière, uma "apaixonada por Portugal", que chegou a conhecer Maria Helena Vieira da Silva quando a pintora e seu marido, o artista Arpad Szenes, iam a casa de seu avô, em Paris, o pintor francês Roger Bissière.
"Há uma forte rutura no espírito de criação dos artistas nos anos 70, há uma ebulição da criação artística. Dá impressão que a mudança da situação política e a entrada de Portugal na Europa cria uma dinâmica e favorece uma vitalidade que estava latente, dando uma lufada de ar fresco e uma energia", considerou.
Caroline Bissière acrescentou que "há uma comunidade portuguesa bastante dinâmica nas proximidades do centro de arte" e que o objetivo é mostrar uma faceta menos conhecida de Portugal em França, a da arte contemporânea.
"Há uma cena artística portuguesa muito dinâmica, na qual procurámos elementos da tão famosa saudade e, no fundo, não os encontrámos. Encontrámos, antes, uma criação muito europeia, muito polimórfica, tanto na pintura, em vídeo, nas instalações. Há uma grande diversidade e o que nos interessou foi esta parte de descoberta, porque, em França, esta cena portuguesa não é ainda muito conhecida", explicou.
A mostra acontece no âmbito do festival cultural "Le Printemps de Haute-Corrèze", animado pelo Centro de Arte Contemporânea de Meymac, que junta cinemas, escolas e museus, tendo havido outros países a quem foi dedicada a programação, como a Bélgica e a Rússia.
Em 2007, 2009 e 2012, o Centro de Arte Contemporânea de Meymac já tinha mostrado obras do artista português Julião Sarmento, em exposições coletivas.
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