“Estes números só poderão aumentar exponencialmente nas próximas semanas”, face à renovação do estado de emergência por mais duas semanas, anunciada na quinta-feira pelo Presidente da República, alertou a associação em comunicado.
A APEFE explica que fez um “levantamento exaustivo e detalhado”, juntamente com as empresas de venda de bilhetes Ticktline, Blueticket e BOL, para saber quantos espetáculos foram adiados, cancelados ou suspensos entre 8 de março e 31 de maio.
A contabilização demonstrada pela APEFE indica que 364 promotores tiveram de cancelar 7866 espetáculos, adiar 15412 e suspender 1537 eventos, afetando um total de 24815 eventos culturais e artísticos de dança, música, teatro e outras artes performativas.
Para a APEFE, os números materializam “uma crise sem precedentes no mercado da cultura em Portugal” e um “problema gravíssimo de subsistência e sobrevivência a milhares de pessoas e empresas”.
“Todas as empresas e profissionais ligados à cultura”, sublinha a associação, “apresentam uma quebra de 100% na sua faturação, no seu rendimento e estão proibidos de exercer a sua atividade”.
A associação já tinha alertado para as consequências da paralisação do setor, lamentando, a 24 de março, que as medidas apresentadas pelo Governo eram “claramente insuficientes”.
Dias depois, o Ministério da Cultura anunciava um conjunto de medidas específicas para proteger consumidores e promotores de espetáculos cancelados.
Uma das medidas aprovadas diz respeito à contratação pública, que permite às entidades públicas, nacionais ou municipais, e promotoras de espetáculos, no caso de reagendamento de espetáculo, de “utilizarem os mecanismos legais dos regimes de adiantamento do preço, revisão de preços e ainda o regime dos bens, serviços ou trabalhos complementares”.
As medidas abrangem ainda os “espetáculos não realizados, entre os dias 28 de fevereiro de 2020, e até 90 dias úteis após o término do estado de emergência".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da COVID-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 51 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 190000 são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito na quinta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 209 mortes e 9034 casos de infeções confirmadas.
Comentários