
Morreu esta sexta-feira, 4 de julho, Luís Jardim, músico e produtor madeirense que completava hoje 75 anos.
A notícia foi confirmada pelo presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque. "É com profunda tristeza que me despeço do meu querido amigo Luís Jardim. Natural da Madeira, o Luís foi muito mais do que um brilhante músico e produtor musical, foi uma pessoa generosa, talentosa e inspiradora", escreveu nas redes sociais.
"Partiu o meu primo, Luís Alberto Gonçalves Jardim", escreveu o antigo presidente do Governo Regional da Madeira Alberto João Jardim na sua conta oficial no X. Na rede Social, o antigo líder do PSD Madeira realça o caráter empreendedor de seu primo, recordando que no seu estúdio em Londres, “gravaram grandes estrelas, inclusive The Beatles”.
Natural da Madeira, Luís Jardim começou nos Demónios Negros, nos anos 60, antes de se mudar para Inglaterra, onde integrou a banda Rouge (venderam cerca de 4 milhões de discos) e se tornou um reconhecido percussionista de estúdio.
Ao longo da carreira, trabalhou com nomes de renome mundial como ABC, Frankie Goes to Hollywood, Grace Jones, Elton John, Seal, Tom Jones, Mariah Carey, Celine Dion, George Michael, Tina Turner, entre outros.
Nos anos 80, o português participou em discos como "The Lexicon of Love", dos ABC, ou “Welcome To The Pleasure Dome”, dos Frankie Goes To Hollywood. Colaborou ainda em “Slave to the Rhythm”, de Grace Jones.
Já na década seguinte, Luís Jardim trabalhou com Seal nos seus primeiros álbuns. O madeirense trabalhou também em álbuns dos Rolling Stones, Pet Shop Boys, David Bowie, Madness, Prefab Sprout, David Gilmour, Björk e Marillion.
O artista esteve ainda em digressão com Tina Turner, George Michael e Rod Stewart, além de tocar com os Rolling Stones no Hyde Park, em Londres.
Luís Jardim somou milhares de participações em gravações discográficas ao longo da vida, tornando-se uma figura incontornável na história da música portuguesa e um dos músicos nacionais com maior reconhecimento além-fronteiras.
"Abandonou o Funchal e partiu para Londres com apenas 16, prometendo ao avô que ia estudar Direito e que a música seria apenas um part time. Um hobbie. A promessa começou a desafinar logo na viagem de barco que o levou até Inglaterra. Três anos depois já estava a tocar em Hyde Park com os Stones. A partir daí nunca mais parou, já perdeu a conta ao número de discos em que foi participando, diz que talvez já tinham sido mais de 10 mil, e tem um Grammy no currículo. Músico e produtor, Luís Jardim ganhou visibilidade em Portugal ao ser jurado de programas televisivos dedicados à descoberta de novos talentos musicais", pode ler-se na apresentação do programa "Bairro Alto", da RTP.
Em Portugal, deixou marca como produtor, colaborando com Rui Veloso e João Pedro Pais, e foi jurado em formatos televisivos populares como "Ídolos", da SIC, ou "Uma Canção Para Ti” e “A Tua Cara Não Me É Estranha", da TVI.
Nas redes sociais, Cristina Ferreira recordou o músico. "Gostava dele. Tanto. Foi sempre maravilhoso em todos os programas que fiz com ele. 'A Tua Cara Não Me É Estranha' foi muito dele", frisou a apresentadora da TVI.
"Passámos noites gloriosas no 'A Tua Cara Não Me É Estranha'. Perdi-lhes a conta tantas as edições que fizemos. Ficou o respeito e admiração pela tua frontalidade, a graça do teu português com sotaque da Madeira e de outros mundos por onde andaste produtor e músico e o riso com que coroávamos as nossas conversas. Obrigado, Luís", escreveu Manuel Luís Goucha no Instagram.
Luís Alberto Gonçalves Martins, de seu nome completo, participou em bandas sonoras de filmes como “Gladiador” e “Um Peixe Chamado Wanda”, e fez várias digressões mundiais com vários artistas de referência.
Além da música, Luís Jardim teve uma breve carreira como guarda-redes, jogando nos juniores do Marítimo e nas equipas de formação do Chelsea, antes de optar definitivamente pela música.
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