O disco foi preparado a partir de 2017 em três residências artísticas no Porto, com apoio do programa Criatório da Câmara Municipal, tendo começado no Círculo Católico de Operários, antes de passar pelo Silo-Auto e pelo Laboratório de Acústica da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Por o disco ter sido gravado em locais com condições tão particulares, os concertos que a banda tem previsto – a começar logo na sexta-feira no Salão Brazil, em Coimbra - não são de apresentação dos novos temas, como explicou à Lusa o baixista, Tojo Rodrigues.
“Não temos nada marcado para o apresentar, porque não é fácil. Os concertos são concertos normais que coincidem com o lançamento do disco, mas a representação ou apresentação do disco ao vivo é um tema um bocado complicado porque ainda estamos a estudar como é que isso pode acontecer”, afirmou o músico.
Sobre o novo álbum, Tojo Rodrigues explica que a banda, que em 2014 colaborou com La La La Resonance e dois anos depois com o histórico saxofonista alemão Peter Brötzmann, queria “fazer um disco diferente”.
“O que aconteceu é que não queríamos fazer um disco igual ao que já tínhamos feito. Até que decidimos, com o Joaquim Durães [da Lovers & Lollypops], fazer um disco que nos pusesse ainda mais desconfortáveis. Abrir mais os horizontes”, disse o baixista do grupo de Barcelos.
Assim, foram feitos convites a três produtores ligados à eletrónica com quem a banda já tinha trabalhado e foi-lhes dado “a faca e o queijo” para que fossem eles a ter as ideias e os Black Bombaim apenas “as cobaias”.
“Ao planear o disco, ao ter isto na cabeça, sabíamos que ia romper bastante com a tradição, mas também acho que cada produtor que trabalhou connosco soube escolher uma parte da nossa música que quis levar para outros mundos. Estamos ali presentes, mas a partir da visão de cada um dos produtores”, explicou Tojo Rodrigues.
A acompanhar o álbum, que tem como título apenas “Black Bombaim w/ Luís Fernandes, Jonathan Saldanha e Pedro Augusto”, vai também ser lançado um documentário realizado por Miguel Filgueiras com argumento de Manuel Neto.
Os Black Bombaim têm passagens já marcadas por Coimbra, Lisboa (ZDB, no sábado), Torres Vedras (Bang Venue, 16 de março), Aveiro (GrETUA, 30 de março) e Braga (Gnration, 18 de abril), estando também agendada uma digressão europeia entre 6 e 13 de abril que vai ter paragem em Tilburg, no cartaz do festival Roadburn, com Peter Brötzmann.
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