Apesar de a divulgação da programação estar agendada para 15 de junho, na Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea, em Almada, a CTA divulgou hoje, na sua página da internet, alguns dos espetáculos que podem ser vistos na edição desse ano do festival, a decorrer em vários salas do concelho de Almada e algumas da cidade de Lisboa.
A realização desta edição do festival chegou a estar em risco, devido à diminuição de verbas da Direção-Geral das Artes (DGArtes), no âmbito do concurso ao programa de apoio sustentado ao teatro, conforme disse à Lusa o diretor da Companhia, Rodrigo Francisco.
A CTA, com sede no Teatro Municipal Joaquim Benite, recebeu porém a garantia da presidente da Câmara local, Inês de Medeiros, de que continuará a desenvolver todos os esforços no sentido de que o festival "veja reconhecida, por quem de direito, a sua importância como ato único no panorama teatral português", lê-se ainda no sítio da CTA, na Internet.
Apesar de ser a companhia que vai receber mais verbas da DGArtes este ano - 312.000 euros - a promotora do festival viu-se confrontada com um corte de 87.921 euros face à verba que recebera no primeiro ano do anterior quadriénio.
Uma verba que, para o diretor da Companhia e do Festival, Rodrigo Francisco, é insuficiente, já que metade do montante se destina à realização do Festival de Almada, certame que a CTA não pode candidatar a título individual.
A variação, de acordo com os dados publicados na página oficial da DGArtes, representa um corte de 22 por cento face aos 399.921 euros de média com que a CTA foi subsidiada, em 2013 e 2015.
Como é hábito no festival, a edição deste ano abre com o "Espetáculo de Honra" escolhido pelo público na edição de 2017.
O palco principal da Escola D. António da Costa, em Almada, voltará, assim, a acolher, em 4 de julho, a peça "Bigre - Mélo burlesque", um melodrama burlesco sem palavras que venceu o Prémio Molière (França) de 2017, e que conquistou também o público do Festival.
"Bigre", de Pierre Guillois, é uma produção francesa da Compagnie le Fils du Grand Réseau.
"Lilliom", um texto do húngaro Ferenc Molnár, com encenação de Jean Bellorini, considerado "um dos mais destacados criadores da nova geração do teatro francês", é, segundo a CTA, outro dos espetáculos que podem ser vistos na edição deste ano do festival.
Encenada pelo atual diretor do Théâtre Gérard Philipe, em Saint-Denis, na região de Paris, a peça subirá ao palco do Teatro Municipal Joaquim Benite, nos dias 9 e 10 de julho.
Em coapresentação com o Teatro Nacional D. Maria II, nos dias 15 e 16 de julho, será representada "Actrice", na sala da capital.
Com texto e encenação do coreógrafo, dramaturgo e encenador francês Pascal Rambert, "Actrice" é um espetáculo em que o autor reflete sobre o amor, a morte, a liberdade e, sobretudo, o teatro.
A atriz francesa Marina Hands, vencedora, nomeadamente, de um César para melhor atriz, em 2006, pelo desempenho no filme "Lady Chatterley", da realizadora francesa Pascale Ferran, é uma das protagonistas da peça.
No que respeita aos 15 espetáculos estrangeiros que podem ser vistos na 35.ª edição do Festival de Almada, a companhia revelou apenas que provêm do México, Burkina Faso, Croácia, Eslovénia, Alemanha, Bélgica, Itália, França e Espanha.
O pintor Paulo Brighenti é o autor do cartaz desta edição do certame, cuja programação completa será revelada a 15 de junho, numa cerimónia que contempla um concerto dos alunos da Escola de Jazz Luiz Villas-Boas - Hot Clube (que este ano completa 70 anos).
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