Apreciações à parte, Janelle é sem dúvida singular. Diva, visionária, psicadélica, eclética, a jovem de 24 anos já foi apelidada de quase tudo. Nascida no Kansas, nos EUA, e oriunda de uma família de classe média, Janelle aprendeu a cantar na igreja ainda em pequena e foi logo nessa altura que viu a música como uma arma. Acima de tudo, a música (e também o teatro, os musicais, ou a escrita por onde também gosta de se mover) é o meio para passar a mensagem de que a diferença deve ser encorajada e valorizada.
A vontade de explorar o mundo (e também de sair de um ambiente difícil, com violência nas ruas e um pai toxicodependente), levou Janelle Monáe a mudar-se em 2004 para Nova Iorque e depois para Atlanta, cidade conhecida como a nova Motown. Conheceu o rapper Antwan “Big Boi”, do duo Outkast, depois de este ter incluído numa compilação um tema de Janelle, e ele acabou por convidá-la para participar no seu disco, “Idlewild”.
Este foi o passo para que Big Boi decidisse produzir o primeiro trabalho da artista, o EP “Metropolis: The Chase Suite”, parte inicial da saga de Cindy Mayweather, personagem andróide personificada por Janelle, que continua em “The ArchAndroid”. Com Janelle nada é simples: do conceito em torno do disco, ao guarda-roupa, à música.
O single do álbum, "Tightrope”, foi nomeado para um Grammy de melhor performance mas Janelle já tinha despertado a atenção. Coroado pela crítica de publicações como a Pitchfork, a Paste e o L.A. Times, “The ArchAndroid” é um disco em que Janelle salta de estilo em estilo: mistura pop, funk, rock psicadélico, jazz orquestral e canções pastorais numa narrativa futurista que tem como ponto de partida o clássico de ficção científica “Metropolis”, de Fritz Lang. Parte da “geração ipod”, Janelle é a primeira a admitir que tanto ouve Nirvana como Bach e tem de tudo no seu leitor de mp3. Apesar disso, foge da “influência” de outros sons: cultiva as suas ideias em segredo e a meta é só uma: ser original.
O álbum “The ArchAndroid” conta com a participação de Big Boi, o reconhecido poeta Saul Williams, o psicadélico grupo Of Montreal e os profetas do punk Deep Cotton. Em palco podemos esperar de Janelle Monáe a exuberância e energia (e até estranheza) que salta ao ouvido no álbum. Muitos adereços, muitos instrumentos, muito drama e a personalidade única de Janelle fazem deste concerto um dos mais aguardados do festival Super Bock em Stock.
Janelle Monáe actua no Teatro Tivoli dia 4 de Dezembro às 00h00 no festival Super Bock em Stock. Bilhete único de dois dias - 40€
@Vera Moutinho
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