
Na quinta-feira, o 78.º Festival de Cinema de Cannes revelará a sua seleção de filmes, entre os quais poderá surgir o último capítulo de “Missão: Impossível”, com Tom Cruise, bem como as primeiras longas-metragens de atrizes como Scarlett Johansson ou Kristen Stewart.
Do lado latino-americano, os brasileiros Karim Ainouz e Kléber Mendonça Filho ou a argentina Lucrecia Martel também são candidatos a passar pela Croisette, em secções diferentes.
O Brasil, cujo cinema ganhou o Óscar a de 2 de março com “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, é o convidado de honra do "Marché du Film" [Mercado de Filmes], o evento mais importante do setor e paralelo ao festival, que acontece de 13 a 25 de maio.
Do lado espanhol, a realizadora Carla Simón, que ganhou o Urso de Ouro em Berlim em 2022 (“Alcarràs”), poderá aparecer com o seu novo trabalho, “Romería”.
Mas inevitavelmente a atenção concentra-se sobretudo no desfile na passadeira vermelha de grandes produções e estrelas cintilantes.
Aos 62 anos, Cruise é uma estrela regular e adorada em Cannes, onde saltou de paraquedas para apresentar “Top Gun: Maverick” há três anos.
Este oitavo episódio de “Missão: Impossível” chama-se “O Ajuste de Contas Final”, e poderá abrir o festival, fora de competição.
O estúdio está a promovê-lo como o último capítulo, embora nesta saga multimilionária nada seja verdadeiramente impossível.
Velhas glórias

Spike Lee poderá apresentar a sua longa-metragem com Denzel Washington? Existem possibilidades, considerando que Lee foi presidente do júri em 2021.
“Highest 2 Lowest” é um drama policial, ainda com duas estrelas do rap, A$AP Rocky e Ice Spice.
Quatorze anos depois de “A Árvore da Vida” ser premiado com a Palma de Ouro, o norte-americano Terrence Malick, 81 anos, autor místico e metafísico, tem uma nova obra pronta, aparentemente inspirada na Bíblia.
Depois, há Jim Jarmusch, que aos 72 anos poderá regressar com um filme protagonizado por Cate Blanchett e Adam Driver.
Ou Wes Anderson, que apesar dos 55 anos, continua a cultivar uma imagem de 'enfant terrible', autor de cinema fantástico.
Para o seu novo filme, “The Phoenician Scheme”, tem um elenco difícil de bater de estrelas de Hollywood, de Benicio Del Toro a Tom Hanks e Scarlett Johansson.
Johansson está precisamente a fazer a sua estreia atrás das câmaras com "Eleanor The Great", uma história protagonizada por uma atriz nonagenária, June Squibb.
Kristen Stewart, uma atriz igualmente confortável em grandes produções de Hollywood e filmes independentes, também entrou na arena da realização com a longa-metragem “The Chronology of Water”.
Do lado europeu, a francesa Julia Ducournau, que conquistou a Palma de Ouro com o sangrento “Titane” em 2021, tem um novo filme pronto com a exilada atriz iraniana Golshifteh Farahani.
Por sua vez, a também francesa Alice Winocour ("Mustang", "O Espaço Entre Nós", “Memórias de Paris”) rodou um filme sobre a Semana da Moda de Paris com Angelina Jolie.
Já o italiano Luca Guadagnino impressionou recentemente os donos dos cinemas da convenção CinemaCon de Las Vegas ao mostrar imagens de “After the Hunt”, com Julia Roberts, Andrew Garfield e Ayo Edebiri.
O filme mais maluco
O brasileiro Karim Ainouz marcou presença nas duas últimas edições de Cannes, com “O Jogo da Rainha” (2023) e “Motel Destino” (2024).
O seu novo trabalho, “Rosebush Pruning” é “o filme mais maluco que já fiz na vida”, como disse à agência France-Presse no recente Festival Cinelatino de Toulouse. Uma comédia com um elenco superlativo: Ellen Fanning, Callum Turner, Pamela Anderson, a espanhola Elena Anaya...
Entretanto, Kléber Mendonça Filho mergulha na história recente do seu país com “O Agente Secreto”, filme de espionagem ambientado em 1977.
Lucrecia Martel (“O Pântano”, "A Mulher sem Cabeça") demorou dez anos para fazer o seu primeiro documentário, “Chocobar”, sobre o assassinato do ativista indígena Javier Chocobar.
O festival costuma escolher cerca de 20 filmes para a competição para a Palma de Ouro, aos quais se juntam as competições paralelas, como Un Certain Regard e a Quinzena dos Realizadores.
Este ano, o júri é presidido pela atriz francesa Juliette Binoche.
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