«Foi um homem que procurou sempre construir pontes, evitar ruturas no cinema português, e cuja autoridade para tal lhe era reconhecida, teve uma ação fundamental antes e depois do 25 de Abril de 1974», disse o cineasta. «O Centro do Cinema Português deve-lhe muito, nomeadamente o arranque do novo cinema português», sublinhou.
Da obra cinematográfica de
Fernando Lopes,
António-Pedro Vasconcelos destacou o documentário «Belarmino», de 1964, que referiu como «o melhor filme feito em Portugal e em qualquer parte sobre uma personagem». «Ele era um grande documentarista, o
«Belarmino» é magnifíco», sentenciou.
António-Pedro Vasconcelos lembrou a experiência que teve com o realizador na revista «Cinéfilo» (1973-1974) que qualificou como «absolutamente excecional». «Ele era diretor e eu chefe de redação, mas foi uma experiência inesquecível; a revista teve um papel singular no panorama das artes, do espetáculo e da cultura em Portugal, o que se deve ao facto do Fernando Lopes ser esse homem capaz de construir pontes, de dialogar, de respeitar as opiniões diferentes da sua».
Fernando Lopes, realizador, entre outros, de
«Crónica dos Bons Malandros»,
morreu hoje no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde se encontrava internado.
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