"Tornados", a mais recente tentativa de Hollywood de relançar os nostálgicos sucessos de bilheteira para os atuais espectadores de cinema, pode parecer um próximo passo improvável na carreira do realizador Lee Isaac Chung.

O seu filme anterior, “Minari”, era uma história doce, tranquila e semiautobiográfica sobre imigrantes coreanos a lutar para adaptarem-se à vida rural do Arkansas dos anos 1980.

Valeu a aclamação ao realizador americano que vinha de um nicho de mercado e duas nomeações para os Óscares.

Mas mesmo que tenha inspirado a nostalgia pelo "Sul profundo", parecia estar muito distante de "Twister - Tornado" - o gigantesco e impetuoso sucesso de bilheteira de 1996 que aterrorizou o público com tornados devastadores em Oklahoma, trazidos à vida com emergentes efeitos gerados por computador.

Mesmo assim, o gigantesco estúdio de Hollywood Universal contratou Chung para "Tornados", que estreia esta semana nos cinemas. E ele aproveitou a oportunidade.

“Há muito tempo que queria fazer um filme como este”, disse à France-Presse na estreia do filme em Los Angeles na semana passada.

Lee Isaac Chung

Sobre a transição, o realizador diz: "Na minha opinião, nunca foi um exagero".

Parte desse apelo era a oportunidade de 'brincar' com os mais recentes efeitos visuais gerados por computador, conhecidos na indústria como VFX.

O filme empregou os talentos de Industrial Light and Magic, de George Lucas, para gerar efeitos "realmente épicos", disse Chung.

“Em termos de efeitos visuais, há muito mais que pode ser feito ao ambiente à volta de um tornado”, esclarece.

“Naquele primeiro filme, apenas se vê o tornado em si. Mas o que realmente torna um tornado poderoso é o efeito que ele tem na natureza e à sua volta”, nota.

"Tornados" não escapou à polémica.

A estreia em Los Angeles foi interrompida por ativistas dos direitos dos animais, protestando contra o uso de animais vivos no filme durante uma cena de rodeo.

Mas até agora, a aposta parece estar a valer a pena.

O filme, feito por cerca de 200 milhões de dólares e distribuído internacionalmente pela Warner Bros, outro estúdio titã de Hollywood, está a caminho de arrecadar cerca de 50 milhões no seu primeiro fim de semana nos cinemas norte-americanos e outro tanto nos mercados exteriores.

É protagonizado por Daisy Edgar-Jones (revelação da minissérie "Normal People") como uma meteorologista forçada a juntar-se a um temerário 'domador de tornados', interpretado por Glen Powell (“Top Gun: Maverick”, "Todos Menos Tu").

“Acho que o primeiro filme era um espetáculo. Bonito e enorme”, disse Paul Scheer, um dos atores.

"Este filme tem coração, humor, comédia. Na verdade, ele pega no modelo e aperfeiçoa-o", resume.

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