Uma nota de imprensa enviada à agência Lusa informa que “ainda não está ultrapassado o risco de encerramento da Angelus TV”, anunciada como a televisão católica portuguesa, sendo que “as dificuldades financeiras da estação televisiva não estão resolvidas e a pressão dos fornecedores está a crescer”.

“Nesse sentido, e face à falta de liquidez para assumir os seus compromissos, a Angelus TV poderá sair das operadoras MEO e NOS, pois não consegue pagar a mensalidade exigida pelas mesmas”, refere a mesma nota, explicando que se tal se concretizar “significa que apenas ficará na Vodafone, uma vez que a operadora não cobra qualquer valor”.

Ainda assim, “esta decisão difícil, de sair da NOS e da MEO, não salvaguarda a possibilidade de encerramento do canal, que continua no horizonte”, acrescenta.

A Angelus TV esclarece que a campanha de apadrinhamento dos programas da “ainda não produziu os resultados necessários”.

“Para conseguir manter as suas emissões diárias, a Angelus TV necessita entre os 40 a 50 mil euros mensais. Portanto, são necessários quatro mil padrinhos, mas só existem 1.285”, informa.

Segundo a nota, “com a preciosa ajuda destes padrinhos e madrinhas, é atingida uma verba mensal de 25 mil euros que, por vezes, pode chegar aos 27 mil euros”, mas o valor é “manifestamente insuficiente para cobrir todas as despesas mensais”.

“Perante tal cenário, sentimos que estamos a ficar sem soluções e anémicos nesta luta. A luta que assumimos como missão desde o início, a Evangelização e o dar a conhecer a vida da Igreja Católica, em Portugal e no mundo”, refere, justificando o preto e branco na emissão durante 24 horas.

Na nota, a Angelus TV apela também às pessoas para que ajudem a estação a ganhar cor.

Em 26 de março, a Lusa noticiou que a Angelus TV poderia encerrar as emissões no dia 15 de abril se não conseguisse encontrar financiamento, tendo a estação lançado uma campanha de apadrinhamento.

Na ocasião, a diretora do canal, Sandra Dias, explicou que o projeto, iniciado a 02 de maio de 2017, teve como base ser suportado pela publicidade, mas foram encontrando "barreiras" à sua contratação por serem um canal católico.

No mês seguinte, a 13 de abril, Sandra Dias disse que estava ultrapassado o risco de encerramento do canal, embora a situação financeira não estivesse totalmente resolvida.

“Embora não esteja a situação resolvida no todo - o nosso apelo passava por termos 4.000 madrinhas ou padrinhos, tendo como ponto de partida um cálculo de dez euros por pessoa - a ajuda tem sido substancialmente superior a esse valor”, afirmou na ocasião Sandra Dias, referindo que as contribuições “têm permitido fazer face a algumas necessidades mais prementes, como o pagamento de salários em atraso e impostos”.

Hoje, a responsável referiu que “nunca nenhum canal, a não ser por questões técnicas, decidiu emitir a preto e branco”.