“Atendendo aos problemas de gestão que estão refletidos na não recondução do administrador Nuno Artur Silva e que estão espelhados no impasse que desde há três meses a empresa atravessa, o SJ considera prioritário que o CGI seja mais interveniente, mostre maior firmeza e esteja mais presente na gestão da empresa de serviço público de rádio e de televisão”, sustenta o sindicato em comunicado.
Segundo o SJ - que se reuniu na semana passada com o CGI da RTP, “a pedido de todas as estruturas sindicais representadas na empresa” – quando confrontado pelo sindicato com o poder de fiscalização imposto pela lei que regula aquele conselho geral, “os membros do órgão mostraram que encaram esta forma de ação de forma restritiva".
Face a este posicionamento, o SJ diz ter “reafirmado, de forma veemente, que este poder não apresenta qualquer restrição a nível da lei, logo deverá ser usado de forma mais abrangente”.
Na reunião, o presidente do CGI, António Feijó, informou ainda o sindicato que “formalmente não houve nenhum convite a Carlos Daniel” para o cargo de diretor de informação da RTP, que Paulo Dentinho está “em pleno de funções” e que “o diretor de informação da RTP só poderá ser demitido com um parecer vinculativo da ERC”.
A Comissão de Trabalhadores (CT) da RTP exigiu, no passado dia 15 de março, à administração da empresa “um imediato e cabal esclarecimento público” sobre as notícias que davam conta da eventual exoneração do diretor de informação da televisão, Paulo Dentinho, e a sua substituição no cargo pelo jornalista Carlos Daniel.
Em 20 de março, o presidente do CGI afirmou na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto que estas notícias veiculadas eram “totalmente intempestivas” e lembrou que o Conselho de Administração tem de ser indigitado, o que ainda não aconteceu, já que se aguarda parecer das Finanças sobre o terceiro elemento que terá o pelouro financeiro.
Depois, acrescentou, o órgão “tem de ser investido de funções” e aprovado na assembleia-geral onde estará representado o acionista Estado, sendo que só depois disso a administração “poderá então fazer convites formais”.
Relativamente ao facto de as Finanças ainda não terem dado parecer ao terceiro membro do Conselho de Administração, pedido que deu entrada no início de fevereiro, António Feijó afirmou: “Tivemos contactos recentes com o secretário de Estado do Tesouro, mas não é ao CGI que compete revelar o seu teor”.
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