Nuno Artur Silva falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito de um requerimento do grupo parlamentar do PS sobre as notícias relativas à exoneração do diretor de informação da RTP.
Numa "nota pessoal", o administrador cessante reiterou que nunca lhe foi exigido que vendesse a sua participação na empresa que detém a não ser em janeiro deste ano.
"Nunca me foi exigido, isso só aconteceu em janeiro de 2018", altura em que apresentou uma solução de venda, mas que foi rejeitada, recordou.
"Respeito totalmente as decisões, continuo a ser defensor do modelo do CGI, veio trazer independência", afirmou o administrador cessante.
"O grande problema da RTP é um problema de financiamento", salientando que a RTP deve ser comparada com os outros serviços públicos europeus e não com os privados.
"A RTP cumpriria melhor se houvesse dinheiro para fazer melhor", afirmou Nuno Artur Silva.
Por sua vez, a administradora cessante Cristina Vaz Tomé sugeriu que, face às mudanças que têm havido no setor, o contrato de concessão deveria ser revisto em 2019 para se adaptar à nova realidade.
Gonçalo Reis, que foi reconduzido na presidência da RTP, sublinhou que o "financiamento é um tema que se coloca" à empresa, que "tem de fazer o máximo" com os meios que lhe são dados.
"As iniciativas são completamente elásticas", considerou, salientando esperar que seja possível realizar um aumento de capital.
Quando questionado sobre a eventual exoneração do diretor de informação da televisão, Paulo Dentinho, que foi noticiada há dois meses, o presidente da RTP citou as declarações dadas à Lusa exatamente há "60 dias", onde afirmou que "eventuais ajustes em direções, de conteúdos e não só", serão "sempre tratadas com toda a ponderação, no devido momento, que ainda não chegou, e cumprindo os procedimentos adequados".
"Valorizamos a estabilidade da direção de informação", afirmou, sublinhando que "Paulo Dentinho é o diretor de informação com mais longevidade [na RTP], há 20 anos".
Gonçalo Reis fez um balanço "muito positivo" da atual direção de informação da televisão da RTP, sublinhando que "estabilidade" não é sinónimo de "cristalização", mas antes defendeu "estabilidade e ambição".
Relativamente à Eurovisão, o presidente da RTP sublinhou que o evento "foi um momento de projeção do país", da "capacidade de organizar um evento de qualidade internacional" que "não fica a dever nada a ninguém".
"Foi um bom momento da RTP, da cidade e para a projeção do país", concluiu.
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