A Disney viu-se forçada a cancelar o evento de lançamento do serviço de streaming Disney+ na Europa que estava marcado para esta quinta e sexta-feira em Londres.
Com apresentações "exclusivas" de executivos do estúdio, diretores criativos e outros convidados especiais, o evento iria, de acordo com o jornal The Guardian, juntar jornalistas de toda a Europa.
Ao SAPO Mag, a Disney explicou que a decisão foi tomada por causa do "número elevado de imprensa que não poderá estar presente e pela crescente preocupação em relação a viagens internacionais".
Em vez disso, a Disney vai usar as redes sociais e comunicados de imprensa como meios de promoção. Alguns jornalistas locais também irão conhecer o serviço de streaming durante uma demonstração no centro de Londres na sexta-feira.
O novo serviço de streaming será o “ecossistema” das criações das marcas Disney, Pixar, Marvel e National Geographic. Foi lançado em novembro nos Estados Unidos, Canadá e Holanda.
Reino Unido, Irlanda, França, Alemanha, Itália, Espanha, Áustria e Suíça terão Disney+ já no dia 24 de março. Em Portugal, na Bélgica, nos países nórdicos e em mais mercados europeus, o lançamento será feito no verão, em data a confirmar.
Os preços da subscrição ficaram aficados em 6,99 euros por mês ou 69,99 euros por ano.
Para o primeiro ano, o Disney+ promete a criação de 30 séries e 15 filmes originais, que se juntam numa livraria de 7.500 episódios e 500 títulos de filmes, todos à disposição dos utilizadores para visionamento ou ‘download’ em qualquer altura.
"The Mandalorian" e "Dama e o Vagabundo" são alguns dos destaques.
O Disney+ inclui as 30 temporadas dos "The Simpsons" e o conjunto completo dos nove episódios da "Guerra das Estrelas", acrescentando novas séries relacionadas, como "The Mandalorian".
Filmes que estrearam em 2019 como "Rei Leão", "Avengers Endgame", "Toy Story 4", "Frozen 2" e "Guerra das Estrelas: A Ascensão de Skywalker" vão estar em exclusivo no Disney+, depois do período reservado para os cinemas.
A vice-presidente de conteúdos da companhia, Agnes Chu, frisou também na altura do lançamento mundial do serviço que o Disney+ é a curadoria de um “ecossistema” onde se mantém o legado e onde “viverão todos os conteúdos universais e intemporais”, que passam por histórias de ficção e pela narrativa de histórias reais, fenómenos da natureza ou desportos.
O que aí vem no Disney+
O mercado de streaming, dominado pela Netflix e 140 milhões de assinantes, é hoje em dia o passo inevitável dos grupos de media e tecnológicos. A Amazon também está presente com a Prime Video, e a Apple também lançou a sua própria plataforma, a Apple TV+.
Está previsto que a WarnerMedia (anteriormente Time Warner), comprada pela operadora de telecomunicações AT&T, se lance também na competição, e que a NBCUniversal (grupo Comcast) o faça também nos próximos meses.
O catálogo Disney+ arrancou com mais de 500 filmes (incluindo todos os da Pixar) e 7500 episódios de televisão. Reunidos estão os títulos da Disney, Pixar, Marvel, "Star Wars" e National Geographic, além do catálogo orientado para toda a família da 20th Century Fox, nomeadamente "Música no Coração", "A Princesa Prometida" e a série "Malcolm in the Middle" ("A Vida é Injusta" em Portugal).
Os títulos destinados a um público mais adulto ficarão para o serviço Hulu.
Ao longo primeiro ano do Disney+ serão lançadas mais de 25 séries e 10 filmes originais, além de documentários e programas especiais. A Disney investirá mais de mil milhões de dólares em produção original em 2020, valor que ultrapassará os dois mil milhões em 2024, o primeiro ano em que está previsto o serviço dar lucro.
"The Mandalorian", a série "Star Wars" de 10 episódios realizada por Jon Favreau ("Homem de Ferro", "O Livro da Selva), que aborda histórias após "O Regresso de Jedi" (1983) e já se tornou um fenómeno de popularidade em parte devido à presença do irresistível Baby Yoda é um dos destaques do catálogo do serviço de streaming e tem já uma segunda temporada confirmada para o outono.
Entre as apostas formalmente anunciadas está ainda uma prequela de "Rogue One" centrada na personagem de Cassian Andor (Diego Luna), a lançar no segundo ano do serviço. A nova temporada de "Star Wars: The Clone Wars" também será exclusiva do Disney+ durante o primeiro ano.
Uma série animada à volta de vilãs clássicas da Disney, como Ursula de "A Pequena Sereia" junta-se à já anunciada "Monsters at Work", a sequela em formato de série de "Monstros & Companhia", com Billy Crystal e John Goodman a regressarem como as vozes de Mike e Sullivan (primeiro ano).
Já com o lançamento chega outra série relacionada com "Toy Story", intitulada "Forky Asks a Question" (Forky é uma nova personagem de "Toy Story 4", que estreou nos cinemas no verão de 2019) e no primeiro ano "Lamp Life", uma curta à volta da personagem Bo Peep da mesma saga.
Também desde o lançamento está disponível nos Estados Unidos "SparkShorts", o nome de uma série de curtas de animação da Pixar destinadas a descobrir talentos e explorar novas técnicas.
No mundo da Marvel, além de "What If…?", a sua primeira série de animação, prevista para o primeiro ano, estão a ser preparadas mais quatro centradas em personagens do seu Universo Cinematográfico, três das quais foram anunciadas: no primeiro ano chega "Falcão & Soldado de Inverno”, com Anthony Mackie (Sam Wilson, o Falcão) e Sebastian Stan (Bucky Barnes, o Soldado de Inverno); no segundo ano será a vez de "Loki", com Tom Hiddleston; e "WandaVision", à volta da Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany). A quarta série, ainda sem título, será com Jeremy Renner como Clinton Barton, o Hawkeye.
Outras produções originais são as séries "High School Musical: The Musical: The Series" e "Diary of a Female President" (primeiro ano), que tem Gina Rodriguez ("Jane the Virgin") envolvida na produção, o documentário "The World According to Jeff Goldblum" (aquando do lançamento) e "Into the Unknown: Making Frozen 2", a primeira vez que a Disney deixou as câmaras registarem em todos os detalhes o processo de criação de uma longa-metragem de animação.
Nos filmes exclusivos, logo no lançamento do serviço ficou disponível a nova versão de "A Dama e o Vagabundo" (1955), e no primeiro ano serão lançadas novas versões de "A Espada Era a Lei" (1963) e "Três Homens e Um Bebé" (1987), além de uma adaptação dos livros "Timmy Failure" (realizado por Tom McCarthy, de "O Caso Spotlight), "Noelle" (com Anna Kendrick), "Togo" (com Willem Dafoe), "Stargirl" (com Grace VanderWaal) e a animação "The Phineas and Ferb Movie" (título provisório), baseada na série televisiva.
Estão disponíveis também todas as 30 temporadas da série "Os Simpsons" .
O Disney + funcionará numa ampla gama de dispositivos, incluindo consolas de jogos, aparelhos de "streaming" e "smart TVs". Também se ajustará à melhor experiência de visualização de alta definição baseada na largura de banda disponível do subscritor, com suporte para reprodução vídeo HDR 4K.
Significativamente, vai ser possível fazer o "download" para que todo o conteúdo possa ser visto pelos subscritores "offline".
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