Esta semana, foi publicado um diploma em que o Governo autoriza restrições por parte das operadoras de telecomunicações em serviços como a Netlix ou videojogos, por exemplo, durante o período da pandemia da COVID-19.
Questionado sobre o diploma, no âmbito de uma conferência telefónica a propósito dos resultados da dona da Meo em 2019, Alexandre Fonseca afirmou que a Altice Portugal tem estado a trabalhar com a associação dos operadores de telecomunicações Apritel e em colaboração com o Governo "em todas as medidas que afetam o setor.
Este diploma "sai exatamente alinhado com aquilo que são as medidas que poderão vir a ter que ser tomadas", afirmou Alexandre Fonseca.
"Neste momento, ao fim de uma semana e meia, duas, de avolumar desta situação em Portugal, não há qualquer indício à data de que estamos na iminência de que teremos de tomar medidas em linha com aquilo que o decreto-lei prevê", afirmou o presidente executivo.
As empresas de telecomunicações vão poder abrandar, bloquear e restringir serviços de comunicações eletrónicas durante a epidemia da COVID-19, para garantir acesso ininterrupto a serviços essenciais, como os de saúde ou segurança, segundo o diploma.
De acordo com dados da Altice Portugal, na semana de 16 a 22 de março (comparativamente à semana de 9 a 15 de março), a operadora registou 30% de crescimento dos serviços de voz no móvel e de 80% no fixo VoIP (chamadas de voz utilizando a rede de Internet).
No período em análise, registou um aumento de 10% dos dados no móvel e 35% na Internet residencial.
Sobre o horário em que se registam os maios picos de utilização, a Altice Portugal refere que tal acontece na 'janela' das 22:00 e aos fins de semana tal também acontece pelas 17:00.
No consumo de televisão, registou-se um aumento de visualização de 15% de canais televisivos. Esta subida foi de 9% na televisão não linear e de 75% no VoD (serviço de vídeo).
O consumo de serviços OTT - Over The Top [que utilizam a rede de Internet dos operadores para fornecerem os seus serviços, como Netflix, Google, Facebook, entre outros], em termos gerais, refere a Altice, subiu 45%, na semana em análise.
Alexandre Fonseca acrescentou que o decreto-lei "mostra racionalidade e prevê o agravar de situações que poderão vir a acontecer no futuro", evitando que tenham de ser tomadas "decisões em cima do joelho".
O diploma "prevê a capacidade de podermos tomar essas medidas, quando e se chegarmos a uma situação em que é necessário. Neste momento, é de tranquilidade. Não há necessidade, não foram tomadas, não estamos a prever nos próximos dias, pelo menos", prosseguiu.
"Mas estamos atentos, vamos continuando a reforçar as nossas redes e se chegarmos a uma situação em que tenhamos de tomar decisões de garantir, por exemplo, conectividade a serviços de saúde em detrimento de serviços de entretenimento ou de jogo 'online', claramente que a decisão será tomada em prol da defesa dos portugueses em detrimento de outros serviços que não são de primeira necessidade", assegurou Alexandre Fonseca.
"Não é esse o momento em que estamos, não prevemos nas próximas horas ou dias, isto tem de ser gerido ao dia", mas "se tiverem que ser tomadas, sê-lo-ão e, sempre, com as prioridades definidas pelo Governo", rematou.
Comentários