Entre as medidas previstas neste primeiro pacote de apoio está a antecipação dos prazos de pagamento para liquidação a pronto nas várias produções já entregues ou para entrega a curto prazo.
Este pacote "é para ter impacto imediato", afirmou o administrador da RTP, salientando que com estas medidas pretende-se "ajudar na tesouraria das indústrias criativas".
Outra das medidas é a melhoria das condições de pagamento para projetos de cinema, ficção e documentários já aprovados em consultas de conteúdo e que irão passar à fase de produção.
"Queremos fazer pagamentos mais faseados", acrescentou Hugo Figueiredo, referindo que com esta medida há um adiantamento de 25% no início da produção, 25% no final da produção e 50% com a entrega final.
Na música e artes performativas os adiantamentos poderão chegar até 50%.
Esta antecipação na tesouraria "será provavelmente a medida mais bem recebida na fileira do cinema, séries e documentários", considerou.
Já para a fileira do teatro/música, o administrador da RTP apontou que estão "a ser preparados projetos com entidades" nessas áreas.
Tratam-se de projetos que não iriam ser produzidos e houve "um desafio grande aos diretores de programas para idealizarem em conjunto com os atores destas fileiras projetos inovadores", prosseguiu.
A RTP prevê um reforço de investimento nas próximas semanas para aquisição de conteúdos de 'stock' de produtoras independentes e direitos de interpretações de artes performativas, para exibição nos canais e antenas RTP, incluindo nas plataformas digitais.
O administrador da RTP não adiantou valores de investimento, referindo que orçamento que estava previsto para a grelha será direcionado para este âmbito.
O pacote prevê particular ênfase, durante todo o ano, na programação de conteúdos de produção nacional nos canais, antenas e plataformas digitais.
Além disso, está previsto o lançamento de um ciclo de concertos via 'web', a trabalhar e negociar com os artistas/agentes, para exibição nas plataformas digitais da RTP.
Hugo Figueiredo defendeu que iniciativas como as que têm sido desenvolvidas "por parte das indústrias criativas" em plataformas digitais como Facebook e Instagram, de forma gratuita, "possam ser apoiadas pela RTP".
"Foi muito bom este movimento para as pessoas que estão em casa e a RTP assumirá uma parte desse papel, com uma curadoria nossa", acrescentou.
A realização de nova edição da consulta de conteúdos já em abril, para apresentação de projetos pelos produtores, é outra das medidas previstas: "Vamos antecipar o processo, queremos lançá-lo em abril e terminar antes do verão", disse.
A RTP pretende também manter centenas de contratos de colaboradores e prestadores de serviço nas mais variadas áreas relacionadas com conteúdos, desde apoio a programas, conceção de formatos, trabalhos de pesquisa, guionistas, comentadores, apresentadores, responsáveis por rubricas, entre outros.
"Vamos tentar ao máximo manter esses contratos", sublinhou.
Hugo Figueiredo disse que é "um primeiro pacote de medidas", que vão "ter impacto" no setor.
A RTP irá contactar as associações representativas do setor e os produtores independentes, no sentido destas iniciativas entrarem em execução imediata, de acordo com a empresa.
Este pacote visa ajudar o setor da produção independente audiovisual, numa altura em que o país enfrenta uma pandemia do novo coronavírus e os impactos económicos decorrentes das medidas restritivas à circulação de pessoas e do normal funcionamento das empresas.
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