“Estamos radiantes, é a peça que é, no teatro que é, é Shakespeare, temos um elenco brutal, temos o João Mota connosco e acho que fizemos todos um bom trabalho e estamos todos muito orgulhosos do que conquistámos até aqui”, disse Bárbara Branco à imprensa a propósito da peça que, a partir de hoje protagoniza, juntamente com José Condessa, na sala Carmen Dolores daquele teatro, em Lisboa.
A atriz admitiu, porém, sentir-se um “bocadinho” nervosa face à “responsabilidade de tentar superar as expectativas” e de “materializar o imaginário das pessoas” sobre esta peça que é uma das peças mais conhecidas do autor inglês.
“O texto é tão difícil como é generoso, no sentido em que para o ator temos tudo ali”, frisou a atriz, de 19 anos, para quem “é sempre maravilhoso fazer Shakespeare”.
Opinião semelhante tem José Condessa, que afirmou não ter sentido “grandes dificuldades” na construção da personagem e que, tal como Bárbara Branco, é a primeira vez que está a ser encenado por João Mota.
Em “certos processos acontece termos barreiras, coisas em que bloqueamos, aqui aconteceu tudo de forma muito natural”, disse o ator de 21 aos, sublinhando que trabalhar com o diretor da Comuna foi “uma descoberta muito natural”.
Porque têm “linguagens muito parecidas” em relação à forma de trabalhar, porque os “os objetivos cénicos” de João Mota agradaram a toda a gente e porque o encenador os incentivou sempre a "ousarem", a "não se limitarem ao que já existe", disse.
A juventude do elenco da peça, "a muita vontade” que este tem de fazer “diferente, de deixar uma marca” foram também sublinhados por José Condessa que, em março de 2018, protagonizou com Bárbara Branco, no Teatro Experimental de Cascais, o primeiro texto de Shakespeare, “As you like it – Como lhe aprouver”, numa encenação de Carlos Avilez.
Como fazer a conhecida peça de Shakespeare de forma diferente foi, segundo o ator, um dos desafios e o mote deixado pelo encenador da peça em cartaz no Trindade até 9 de junho.
Num cenário despojado – resumido à fachada da varanda da família de Julieta, os Capuleto, e onde, ao centro do palco, de quando em quando, alguns atores vão colocando e retirando dois bancos individuais de madeira-, João Mota conta a história do clássico shakespeariano tentando aproximá-la "ao máximo" do teatro representado na época em que esta dramaturgia foi escrita (século XVI).
Com texto de William Shakespeare, tradução de Fernando Villas-Boas e adaptação de João Maria André, "Romeu e Julieta" tem versão cénica e encenação de João Mota, com Manuela de Freitas como assistente de encenação. A música original é de José Mário Branco.
A interpretar estão Carlos Paulo, Manuela Couto, Hugo Fraco, Luís Garcia, Guilherme Filipe, Maria Ana Filipe, Eduardo Breda, Rogério Vale, Gonçalo Botelho, Miguel Sermão, Diogo Tavares, Francisco Sales e Patrícia Resende.
Do elenco constam ainda Carlos Catalão, Gonçalo Lucas, João Pecegueiro, Diogo Campos, Patrícia Fonseca, Rosária Rocha, Micaela Ribeiro e Carolina Silva.
Com cenografia de António Casimiro e desenho de luz de Paulo Graça, a peça vai estar em cena até 09 de junho, com espetáculos de quarta-feira a sábado, às 21:00, e, aos domingos, às 16:30. Após a sessão de 12 de maio, haverá uma conversa com o público.
Hoje, a receita da bilheteira reverterá na íntegra a favor do Hospital Geral da Machava, na Beira (Moçambique).
"Romeu e Julieta" é uma coprodução do Teatro da Trindade Inatel e da Comuna Teatro de Pesquisa e resulta de um convite do diretor artístico do Trindade, Diogo Infante, a João mota para encenar esta peça de Shakespeare.
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