De acordo com o Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, as obras do acervo - desde pintura, escultura, desenho, fotografia, vídeo, e instalação - ocuparão integralmente as galerias do edifício da rua Serpa Pinto, e uma ala da rua Capelo, abrindo ao público no dia 20 de abril.
Do total de obras, cerca de 70 raramente foram mostradas ou saem pela primeira vez das reservas do museu, dando a conhecer a história da arte portuguesa desde a segunda metade do século XIX até à primeira década do século XX.
A entidade salienta que a proposta curatorial desta nova exposição permanente "aponta para uma reflexão sobre os envolvimentos sociais e políticos, e as noções do modo de ser moderno, desde o século XIX, ao distinguir no percurso cronológico, as continuidades e mudanças, os gostos e conceitos, na mais completa coleção de arte contemporânea” que dá nome ao museu, fundado em 1911.
O percurso da exposição, organizado em sete núcleos, "permite uma liberdade de abordagens, sejam cronológicas, temáticas, por movimentos, por autores, ou ainda no cruzamento entre elas, contextualizadas em cada momento, pelas propostas curatoriais", de acordo com o Museu do Chiado.
Maria de Aires Silveira, Emília Tavares, e Emília Ferreira são as curadoras desta exposição que reúne obras de artistas como Paula Rego, António Soares, Abel Manta, Bernardo Marques, Mily Possoz, Jorge Barradas, Hein Semke, Jorge de Oliveira, entre outros.
"Espelhos de Almas", "O Poder da Imagem", "Uma Cultura Moderna", "Cuidado Com a Pintura!", "Formas de Comunicação e Contestação", "Linguagens e Experimentação", "Pós-Modernismo", são os títulos dos sete núcleos.
A exposição inicia-se com o retrato, "uma temática oitocentista, raramente abordada, em diálogos geracionais de coletivos de artistas", e com obras desconhecidas de Miguel Lupi, Luciano Freire, Veloso Salgado, Duarte Faria e Maia e Constantino Fernandes.
Na mostra são apresentadas "afinidades e permanências entre paisagens românticas e naturalistas, embora distintas na exaltação do sentimento e tratamento da luz natural, nostálgicos simbolismos de finais do século XIX, a partir de obras significativas e de autores pouco referenciados" como António Patrício e José de Brito, um conjunto de pinturas inéditas do legado Veloso Salgado, recentemente incorporado.
“O sentido de modernidade das primeiras décadas do século XX, expresso pelas ligações de Amadeo de Souza-Cardoso às vanguardas internacionais, especialmente as suas propostas abstracionistas, articulam-se nesta exposição com os movimentos de contestação de meados do século XX e os novos parâmetros de figuração de Paula Rego”, acrescenta.
No último núcleo desta exposição são apresentadas obras de artistas que nas décadas de 1980 e 1990 trabalharam alguns dos seus conceitos basilares, "assim como complexos e desafiantes desenvolvimentos por parte de artistas de gerações mais recentes".
A exposição "Arte Portuguesa. Razões e Emoções" é inaugurada a 19 de abril, às 19:00, e ficará patente ao público de 20 de abril a 31 de março de 2019.
Comentários