“Simão Dutra” é o nome do militar que ficou conhecido pelo nome de código “Rúben”, que, ao nascer, a mãe profetizou “seria lembrado como um redentor, que restituiria a liberdade e a felicidade ao seu povo e redimiria o nome e a honra do seu infeliz antepassado o Prior do Crato!”, escreve o autor no texto que abre o romance.
Herói do 25 de Abril, derrotado no 25 de novembro, “Rúben” envolveu-se em ações violentas que se seguiram à contrarrevolução, e abandonou os camaradas de luta.
Todavia, tendo ajudado a derrubar a ditadura, “foi condenado a uma posteridade obscura; não foi morto, mas teve de vender a memória do que dos seus feitos devia ser esquecido e exilar-se em Paris”, mas regressou a Portugal, onde “a sua memória e o seu passado de violência apenas interessam aos seus velhos inimigos”.
Segundo a Porto Editora, que chancela a obra, este é “um romance corajoso, no qual Carlos Vale Ferraz se confronta com uma das situações mais delicadas da nossa História recente”.
Este é o primeiro romance de Vale Ferraz, depois de ter ganhado o Prémio Fernando Namora/Estoril-Sol do ano passado com o título “A Última Viúva de África”.
Carlos vale Ferraz é o pseudónimo literária de Carlos de Matos Gomes, ex-oficial do Exército português, autor de vasta obra literária sobre a guerra colonial portuguesa como “Nó Cego”, título reeditado no ano passado, e “Os Lobos Não Usam Coleira”.
O romance “Que Fazer Contigo, Pá?” é apresentado pelo investigador José Pacheco Pereira, na próxima terça-feira, às 18:30, no El Corte Inglês, em Lisboa.
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