Um início de manifestação foi dissolvido em Berlim, depois de os organizadores terem sido apelidados de "terroristas" por transeuntes e de uma bandeira israelita ter sido arrancada.
Nas últimas duas semanas, o prémio mais prestigiado da indústria da música alemã, de nome "ECHO", viu-se envolvido numa polémica, nascida da sua atribuição a uma dupla de rappers, Kollegah e Farid Bang, na categoria de álbum de hip-hop mais vendido.
Em causa está um texto controverso evocando a 'Shoah' (termo hebraico para designar o Holocausto), em que um dos cantores se refere ao seu corpo "mais desenhado do que o dos prisioneiros de Auschwitz".
Noutra música, afirmam que fariam de novo um Holocausto e utilizariam um Molotov.
Como sinal de protesto, muitos artistas alemães e estrangeiros, incluindo o maestro israelo-argentino Daniel Barenboim, devolveram os seus próprios prémios.
Entretanto, a Federação da Indústria Alemã da Música anunciou na quarta-feira a abolição dos "ECHO" para que não sejam "uma plataforma para o antissemitismo, o desprezo pelas mulheres, a homofobia ou a banalização da violência".
Na sequência destes incidentes, a editora BMG anunciou que rompeu o contrato com o grupo.
As medidas surgem no dia em que vários comícios de solidariedade para com a comunidade judaica foram organizados no país.
A iniciativa foi lançada, na semana passada, após o ataque de um refugiado sírio de 19 anos a um homem que usava quipá, num bairro de Berlim.
Filmado e amplamente divulgado nas redes sociais, o incidente provocou agitação num país assombrado pelo seu passado nazi. O atacante foi, entretanto, preso.
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