O prémio visa reconhecer a importância do trabalho dos tradutores literários e premeia a melhor tradução literária, do catalão para outras línguas, editada no ano anterior.

O júri, escolhido pela Fundação Ramon Llull, foi constituído por quatro membros de reconhecido mérito no mundo da tradução literária: Francesc Parcerisas, poeta, professor, tradutor e crítico literário, que presidiu o júri, Montserrat Camps, doutorada em Filologia Clássica e professora de Filologia Grega na Universidade de Barcelona, Anna Casassas, licenciada em Direito, tradutora, e Monika Zgustová, escritora e tradutora.

O prémio foi igualmente atribuído a Artur Guerra pela sua trajetória como tradutor.

"Tirant lo Blanc” – obra editada em Portugal pela Documenta, uma chancela da editora Sistema Solar - é um texto central da literatura catalã, escrito no século XV e dedicado "ao sereníssimo Príncipe Dom Fernando de Portugal […] mui excelente, virtuoso e glorioso Príncipe, Rei expectante".

É também uma obra-chave da literatura europeia e universal, como destaca a editora, constituindo-se como uma obra seminal do romance moderno. Por isso, para a Sistema Solar, estava "há muito identificada como uma obra que não podia deixar de ser traduzida para português".

A escolha do tradutor era também certa para a editora: "Alguém que é conhecido e reconhecido como o mais competente de entre os nossos tradutores para verter 'o livro do valeroso e intrépido cavaleiro Tirant lo Blanc, Príncipe e César do Império Grego de Constantinopla, o qual foi traduzido do inglês para a língua portuguesa, e depois para a língua vulgar valenciana, pelo magnífico e virtuoso cavaleiro mossèn Joanot Martorell' — conforme reza o Deo Gratias de Tirant lo Blanc — novamente para português", lê-se no comunicado hoje divulgado.

A edição portuguesa contém notas de Artur Guerra e desenhos e xilogravuras da pintora Ilda David.

Artur Guerra nasceu em Silvã de Cima, concelho de Sátão, distrito de Viseu, em 23 de dezembro de 1949 e vive no Seixal, na margem sul do Tejo.

É licenciado em Filosofia pela Universidade de São Tomás, em Roma, e pela Universidade Clássica de Lisboa. Formou-se em Teologia em Valência, Espanha. Foi professor de Filosofia e de Psicologia do ensino secundário e desempenhou funções de professor bibliotecário, estando atualmente aposentado.

É tradutor de castelhano, italiano e catalão desde 1983.

Traduziu, entre outros, “A Rebelião das Massas”, de José Ortega y Gassett (Círculo de Leitores e Relógio D'Água, 1989), “Do Sentimento Trágico da Vida” (Círculo de Leitores, 1989) e “A Agonia do Cristianismo” (Livros Cotovia, 1991), de Miguel de Unamuno.

Em 2011, foi distinguido, conjuntamente com Cristina Rodriguez, com o Prémio de Literatura Casa da América Latina, pela tradução de "2666" (Quetzal, 2010), romance póstumo do escritor chileno Roberto Bolaño.