A obra, assinada sob o pseudónimo Joachim Guerra, foi escolhida por unanimidade pelo júri, de entre os 17 manuscritos apresentados a concurso por autores de língua portuguesa, indicou o município, em comunicado.
A cerimónia pública de entrega do prémio ao vencedor está prevista para 19 de outubro na Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca, em Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal.
O primeiro prémio do concurso recebe um valor pecuniário de 4.000 euros e a obra será editada, no próximo ano, pela câmara municipal deste concelho do litoral alentejano.
O júri, constituído por Luís Vendeirinho (Associação Portuguesa de Escritores), Maria Paula Mendes Coelho (Associação Portuguesa dos Críticos Literários) e Ana Daniela Soares Ferreira (jornalista e apresentadora de programas de televisão e rádio dedicados à literatura), destacou “a qualidade literária” da criação vencedora.
Segundo o júri, trata-se de uma obra com uma “qualidade literária e abordagem temática que concilia o imagético e onírico, desafiando o leitor para um jogo literário e interpretativo na descoberta de quem é Joachim Guerra”.
Natural de Seixal, no distrito de Setúbal, Eduardo Palaio já tinha sido galardoado com o Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca, em 2010, lembrou hoje a autarquia.
O autor iniciou a sua atividade artística pelo desenho de humor, tendo publicado trabalhos, como colaborador, no Mundo Ri, sob a direção de José Vilhena.
“É autor do romance ‘Peregrinação de Artur Vilar’ (2003) e da coletânea de contos ‘Caixa Baixa’ (2011)”, indicou a câmara, referindo que o escritor venceu também o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco, da Associação Portuguesa de Escritores, em 2011.
Ainda segundo o município, a experiência de Eduardo Palaio “como comandante de grupo de combate na Guerra Colonial, em Angola, revelou-se muito útil para escrever o romance histórico ‘Os Dez de Tânger’ (2014)”.
O Município de Santiago do Cacém revelou que, nesta 15.ª edição do Prémio de Conto Manuel da Fonseca, foram também atribuídas, por unanimidade, duas Menções Honrosas.
Uma delas distinguiu o original “Contos psicoterapêuticos”, da autoria de Margarida Sofia Gerardo de Freitas de Azevedo, que concorreu sob o pseudónimo Valquíria, e a outra foi destinada à coletânea de contos “Brincadeiras de gente crescida”, da autoria de Luís António Couto Coelho, sob o pseudónimo Duílio Mendes.
Instituído em 1995, o Prémio de Conto Manuel da Fonseca homenageia aquele “grande escritor" natural do concelho e “figura incontornável da literatura portuguesa”.
Manuel Lopes Fonseca (1911-1993), conhecido no mundo das letras como Manuel da Fonseca, foi poeta, contista, romancista e cronista.
Deixou obras como os romances “Cerromaior” (1943) e “Seara de Vento” (1958), vários volumes de poesia e também de contos, como “O Anjo no Trapézio” (1968) ou “O Fogo e as Cinzas” (1953).
Nas suas obras, marcadas pela intervenção social e política, relatou a dureza da vida no Alentejo, realidade que lhe era próxima.
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