Datado das últimas décadas do século XVII, com provável criação por Cornelis Van der Kloet, “O Triunfo de David” “trata-se de uma obra imponente, com quase nove metros de comprimento por 1,70 metros de altura, constituída por três cenas: a ‘Morte de Golias por David’, a cena central com o ‘Triunfo de David’ propriamente dito e ‘David eliminando o leão e o urso’”, de acordo com comunicado do museu.
O painel foi comprado pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), no final do ano passado, por 120 mil euros, depois de o proprietário ter informado o Museu Nacional do Azulejo de que pretendia vender a peça e que considerava importante que esta permanecesse em território português, visto tratar-se de uma encomenda portuguesa feita aos Países Baixos, em tempos exposta no Museu Nacional de Arte Antiga.
Já a Sala dos Arcos surge agora reabilitada e com novo projeto museográfico, “dedicado à azulejaria barroca e rococó da segunda metade do século XVIII”, com autoria dos arquitetos Mariano Piçarra e Luís Afonso Carvalho.
A reabilitação do espaço foi feita com apoio da Fundação Millennium BCP, no valor de 47 mil euros, segundo comunicado da DGPC.
“Na narrativa da exposição permanente do Museu Nacional do Azulejo, a Sala dos Arcos passa a ser o espaço privilegiado para a apresentação da azulejaria da Grande Produção Joanina (1725-1750), assim designada por coincidir parcialmente com o reinado de João V (1706-1750), de que reflete a opulência e ostentação”, pode ler-se no comunicado do museu lisboeta.
Segundo o mesmo texto, “entre as obras deste período, apresentadas pela primeira vez, é possível destacar uma "Batalha de Alexandre", sumptuoso painel recortado de grande efeito cenográfico, ou um invulgar relógio de parede em azulejos, restituído à sua função original pela recolocação do ponteiro”.
O Museu Nacional do Azulejo salientou, ainda, que a apresentação simultânea de uma obra adquirida pelo Estado e de uma sala recuperada com apoio de mecenas significa que se conjuga “neste espaço e momento o que de melhor pode ocorrer no âmbito do financiamento e mecenato patrimonial: a criteriosa aquisição de peças que enriquecem decisivamente as coleções nacionais […]; e o generoso apoio e incentivo que entidades privadas fomentam na consolidação de uma oferta cultural mais rica, diversificada e plural”.
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