“É muito importante para a internacionalização da nossa arte, para a internacionalização dos nossos artistas”, disse Luís Filipe Castro Mendes na sessão inaugural, ao início da noite de quinta-feira, da exposição que abre ao público esta sexta-feira.

O responsável governamental sublinhou que Joana Vasconcelos já tem um “reconhecimento internacional”, mas que o facto de a sua obra estar agora no Museu Guggenheim dá uma “importância especial” à exposição da artista plástica portuguesa.

A exposição, que pode ser visitada até 11 de novembro, tem uma seleção de trinta obras realizadas entre 1997 e a atualidade da mais internacional dos artistas portugueses da geração de Joana Vasconcelos, que nasceu em Paris, em 1971.

A mostra inclui 14 obras inéditas, entre elas a instalação de grande dimensão “Egeria”, concebida especificamente para ficar suspensa no pátio central (átrio) do museu, onde irá interagir com os complexos espaços desenhados pelo arquiteto do edifício, o norte-americano, nascido no Canadá, Frank Gehry.

Esta obra monumental, caracterizada pelas “suas inusuais formas orgânicas”, é considerada pelo museu como “uma das mais ambiciosas” da “importante” série Valquírias, que Vasconcelos criou inspirando-se em imagens femininas da mitologia escandinava, e será, “sem dúvida, um dos maiores atrativos da mostra”.

“É uma exposição magnifica, que merece bem ser vista”, realçou Luís Filipe Castro Mendes, acrescentando que, “sem dúvida”, ela é um orgulho para Portugal.

A exposição inclui outras obras inéditas de grande impacto visual, como "I'll be your mirror" (“Eu serei o teu espelho”), uma enorme máscara veneziana formada por molduras em bronze com espelhos.

O nome da exposição, “I’m Your Mirror”, é uma homenagem à célebre cantora alemã “Nico” (Christa Päffgen), que interpretou a canção “I’ll be you Mirror” (1967), escrita por Lou Reed e interpretada com o mítico grupo musical de Nova York The Velvet Underground.

A exibição começa com algumas peças emblemáticas dos primeiros anos da carreira de Joana Vasconcelos, como "Cama Valium" (1998), "Burka" (2002) e "A Noiva" (2001-2005), em que a artista aborda questões relacionadas à identidade feminina, tanto na esfera privada como na esfera política e social.

A mostra inclui alguns de seus trabalhos mais recentes, como "Marilyn" (2009-2011), Lilicoptère (2012), A Todo o Vapor (2012) e Call Center (2014-2016)

No exterior do museu foram instaladas duas obras: o já conhecido Pop Galo (2016) e o inédito “Solitário”, um anel de noivado gigante, feito com jantes de automóveis de luxo e copos de uísque, num trabalho que conjuga dois dos símbolos mais estereotipados do desejo feminino e masculino.