A "devastadora" medida deixará, ainda, a banda filarmónica da cidade, que coadministra o local, com um défice de 80 milhões de dólares. "Estamos devastados pelos efeitos desta crise e partilhamos esta decepção com todos os que esperavam" os eventos deste verão, entre junho e setembro, frisou o diretor-geral, Chad Smith, em comunicado.
Este será o primeiro verão sem concertos no espaço, conhecido pelo seu característico palco em forma de concha e situado nas colinas de Hollywood, desde que foi inaugurado, em 1922.
O palco já recebeu grandes estrelas, como os Beatles e Yo-Yo Ma. Andrea Bocelli, Bob Dylan e Diana Ross destacavam-se entre os artistas com apresentações previstas para este verão. O Bowl também exibe projeções de filmes com música ao vivo.
A medida reforça a já precária situação financeira da Filarmónica de Los Angeles, que programa a temporada de verão do Bowl e tinha cancelado os concertos de primavera no Walt Disney Concert Hall, no centro da cidade, ficando à mercê das doações que recebe.
Esta quarta-feira, foram anunciadas novas medidas de redução de custos para o verão: um quarto dos funcionários não sindicalizados, assim como a orquestra do Hollywood Bowl serão dispensados, somando-se a reduções salariais prévias e outras demissões.
"Estamos a fazer o necessário para garantir que continuemos aqui no próximo século", informou Smith.
Quase metade dos casos e mortes na Califórnia por COVID-19 aconteceu em Los Angeles, que abrange a meca do entretenimento. "Esta decisão faz-me sentir mal por todos os moradores, que fizeram do Bowl e do (teatro) Ford um ritual de cada verão", disse a supervisora, Sheila Kuehl. "Mas é a melhor decisão que se pode tomar", sublinhou.
O presidente de Los Angeles, Eric Garcetti, já tinha antecipado que grandes eventos, como concertos e eventos desportivos, poderiam não regressar este ano.
Comentários