Estão confirmadas duas atuações, a primeira no dia 10 de maio, no Coliseu Ageas, no Porto, e outra no dia 12 de maio, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
Em entrevista à Lusa, Martinho da Vila contou que o disco "Bandeira da Fé", lançado em outubro do ano passado no Brasil, apresenta a fé não no sentido religioso, mas no sentido da esperança.
"É um disco bastante eclético, tem vários ritmos brasileiros. Uma das músicas tem o título 'Beira da Fé'. Como é um disco eclético tem também um fado. Gravei alguns fados na minha carreira, mas nunca tinha conseguido construir um, como fiz agora", contou o sambista.
Martinho lembrou à Lusa que tem uma antiga relação com diferentes géneros da música portuguesa.
Já gravou uma espécie de xote - uma dança brasileira de inspiração europeia - com a cantora Katia Guerreiro, e frisou que "Fado das Perguntas" trata da saudade vivida por milhares de brasileiros que tem migrado para Portugal.
"Este fado [o] fiz pensando nos brasileiros que estão indo morar em Portugal. Eu conto a história de um [brasileiro] que foi morar em Portugal e está organizado as coisas para levar a família. Ele está estranhando um pouco o frio e sentindo saudade da mulher", disse.
"Muita gente anda saindo do Brasil por não acreditar que as coisas vão melhorar ou que vão voltar a andar bem (...). Muita gente aqui [no Brasil] está dececionada, e resolveu ir para Portugal. Eu não foco esta canção nos problemas, mas sim na saudade [de quem emigrou], que também é uma das características do fado [composto em Portugal]", acrescentou.
Questionado sobre a letra de "Fado dos Perguntas", que inclui uma série de referências culinárias, o sambista brasileiro disse que a comida é um elemento cultural que aprecia muito em Portugal.
"Tem umas coisas que eu gosto de comer quando estou em Portugal que cito no fado. Cito o jaquinzinho, que é um peixe [carapau] pequenininho, os caracóis e também os pastéis de bacalhau", frisou à Lusa.
Sobre as suas expectativas em relação à receção do público português a este novo álbum, que será apresentado também pela primeira vez na Europa, Martinho da Vila demostrou confiança e disse sentir-se tão à vontade em Portugal como na sua cidade, o Rio de Janeiro.
"Em Portugal me sinto como aqui [no Rio de Janeiro]. Ando na rua e as pessoas falam: 'Alô Martinho, como vai? Tudo bem? Está sumido, hein...'. Eu não sinto uma diferença grande. Me sinto como em casa. Já cantei de norte a sul e no interior de Portugal", frisou.
"Farei estes 'shows' no Coliseu do Porto e no Coliseu de Lisboa. Serão 'shows' bem alegres, bem interativos. Ficarei feliz se as pessoas saírem do teatro mais felizes do que chegaram", concluiu o sambista brasileiro.
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