O programador do PortalegreJazz Fest, Pedro Costa, sublinhou à agência Lusa que o certame permanece “fiel ao formato e compromisso de apresentar músicos norte-americanos, europeus e portugueses”, este ano numa única edição de fim de semana, já que nas anteriores o certame se dividiu-se em dois fins de semana.
O Centro de Artes e Espetáculos de Portalegre (CAEP) é o principal palco dos diferentes espetáculos, à exceção de dois concertos fora da cidade, na vila vizinha de Castelo de Vide, dos noruegueses Angles 3, no dia 28 de abril, às 18:00, seguido da atuação do The Rite of Trio.
A banda norueguesa, que em novembro último atuou na Parede, nos arredores de Lisboa, apresenta o álbum “Parede”, resultado da residência artística de três dias nesta vila do concelho de Cascais, com “uma música feita de emoções fortes”, como a define Pedro Costa.
Cabe, aliás, à banda Angles 3 abrir o PortalegreJazz Fest, no dia 26 à noite, com um espetáculo no CAEP.
A Noruega é “um dos países de vanguarda do jazz mais inovador", disse Pedro Costa. "Os Angles 3 tanto vão beber ao folclore dos países gelados lá de cima como à quente África, ao mesmo tempo que o contrabaixo de Ingebrigt Haker-Flaten e os instrumentos de percussão de Kjell Nordeson empurram Martin Küchen a fazer os mais estonteantes solos de saxofone que podemos imaginar”.
O norte-americano Bill Frisell, de 66 anos, que se destacou na cena nova-iorquina nos anos de 1980, apresenta-se em duo com o contrabaixista Thomas Morgan, para estrear em Portugal, o seu mais recente disco, para a discográfica ECM, "Small Town". Um concerto único que está agendado para dia 27 à noite, no CAEP.
“Esta vai ser uma noite especial, com dois artistas de renome. Contém várias homenagens a amigos e inspirações dos dois músicos, como por exemplo a conhecida Carter Family, e termina com o tema ‘Goldfinger’, do filme de James Bond”, antecipou Pedro Costa.
“Figura incontornável do jazz e da música no seu sentido mais lato nos últimos 30 anos, Frisell gravou ao lado de grandes nomes como Paul Motian, John Zorn, Elvis Costello, Ginger Baker, Suzanne Vega, Loudon Wainwright III, Van Dyke Parks, Vic Chesnutt, Vinicius Cantuária, Marianne Faithful, Vernon Reid, Julius Hemphill, Brian Eno e Jon Hassell, só para cital alguns".
The Rite of Trio, Slow is Possible e o quarteto de Ricardo Toscano atuam no PortalegreJazz Fest, "vincando o melhor que se faz nesta área em Portugal".
Sobre o quarteto de Ricardo Toscano, Pedro Costa realçou que “a linguagem adotada é a do bebop e do pós-bop, com claras influências de Charlie Parker e um repertório de originais e composições históricas que vai até Ornette Coleman”.
Os The Rite of Trio atuam no dia 27, depois do concerto do duo FrisellMorgan, no espaço denominado “afterhours”.
Formado por André Silva, Filipe Louro e Pedro Melo Alves, The Rite of Trio é “um trio que navega entre diversos estilos musicais, como o hard bop, o free, o rock, o metal e o 'prog', com o objetivo de ‘tocar música sem regras, sem ambições e sem expectativas’”.
Os Slow is Possible atuam no dia 28, às 21:30, no CAEP, seguindo-se, às 23:00, no mesmo palco, o Ricardo Toscano Quarteto.
O sexteto Slow is Possible “pratica um jazz que revela influências eruditas, como não podia deixar de ser, mas também do rock e das músicas exploratórias, dando um relevo à melodia e ao ritmo que o torna particularmente acessível”, segundo o responsável.
Todas as noites o cartaz é encerrado no café-concerto do CAEP, Esquina das Beatas, pelo projeto BirdZzie, “numa viagem entre o jazz, o jazz-hop e o eletro-jazz”.
Paralelamente realiza-se no átrio a tradicional Feira do Disco e do Livro, organizada pela ditora Clean Feed.
“Enquanto programador posso dizer que este é sem dúvida um dos melhores cartazes que já produzi”, afirmou Pedro Costa, cargo que acumula com o de programador do Festival Internacional de Liubliana, na Eslovénia, e que já lhe valeu uma distinção pela The Europe Jazz Network.
O PortalegreJazz Fest tem este ano um orçamento de 26 mil euros. Em 2017 mobilizou perto de mil espetadores.
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