Organizado pelo 23 Milhas, projeto cultural do município de Ílhavo, o festival, que decorre de 4 a 8 de abril, inclui espetáculos para vários grupos etários, concertos, oficinas e percursos poéticos pelo comércio tradicional.
“O festival que vai já no seu terceiro ano, no atual formato, tem como ponto de partida os robertos de Armando Ferraz, um artista popular da Gafanha da Nazaré, que dedicou a sua vida ao desenvolvimento e estudo da arte bonecreira”, afirmou Luís Ferreira, programador do 23 Milhas.
A organização decidiu este ano “elevar a fasquia”, tendo em vista “uma maior envolvência da comunidade”, ao mesmo tempo em que procuram “posicionar o evento numa lógica mais regional e gradualmente nacional”.
“O festival está a crescer para dar resposta à procura, porque no ano passado esgotámos todos os projetos e houve um gostinho amargo de muitas pessoas que vieram e não conseguiram aceder à programação”, disse Luís Ferreira.
Segundo o mesmo responsável, todas as atividades previstas nesta edição têm como denominador comum “a questão ecológica e a relação com a reutilização dos materiais e a limpeza dos oceanos”.
“Isso está inerente a vários conteúdos das peças mais infanto-juvenis, a uma mostra de marionetas feitas com material reutilizado e faz parte da raiz do espetáculo de rua, em que as marionetas, pequenos adereços e figurinos vão se feitos com material reutilizado e algum dele recolhido até nas praias”, exemplificou.
Sobre o espetáculo de rua, uma criação da companhia Teatro e Marionetas de Mandrágora e do 23 Milhas, Luís Ferreira diz que se chama “Marés” e deverá contar com cerca de 100 participantes.
Na programação, Luís Ferreira destacou a estreia nacional de “Anywhere”, um espetáculo da companhia francesa Le Théâtre de L’Entrouvert, dirigido para adultos e que, segundo o mesmo responsável, serve para “desmistificar a ideia de que as marionetas e os robertos são para crianças e jovens”.
“É a primeira vez que esta companhia vem a Portugal. Eles vão estar no mercado da Gafanha com uma peça que tem tudo a ver com o ambiente, porque trabalha muito com a questão do nevoeiro, das humidades, com marionetas de gelo”, precisou.
Juntam-se os espetáculos de marionetas “Eu quero a lua”, da Partículas Elementares, “O Guardião de Vagalumes”, da Mandrágora, “Uma Aventura no Espaço”, do Teatro de Ferro, e “Em Busca do Planalto Perdido”, da Limite Zero.
O Palheta vai incluir ainda um concerto da banda PAUS com a participação especial da companhia Pia - Projeto de Intervenção Artística, que integrará as suas marionetas no espetáculo, além de um concerto encenado da Sonoscopia e do Teatro do Ferro, e um percurso onde é possível descobrir a poesia escondida de alguns estabelecimentos comerciais da Gafanha da Nazaré.
O primeiro e o último dia da programação são dedicados às escolas e os restantes três dias ao público em geral.
A maior parte dos espetáculos realizam-se na Fábrica de Ideias, mas há atividades a acontecer também no salão nobre da Junta de Freguesia, na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, no Mercado Municipal e na Casa da Música.
As entradas variam entre os três e os cinco euros, à exceção do concerto de PAUS em que a entrada terá o valor de dez euros.
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