Harvey Weinstein prepara-se para combater em força os casos de assédio e violação em que alegadamente está envolvido: contratou um dos advogados de defesa mais famosos dos Estados Unidos para que o represente em Nova Iorque, disse esta quarta-feira (8) um porta-voz, quando se sabe que os procuradores de Manhattan preparam um caso contra ele.
Que Weinstein adicione Benjamin Brafman à sua equipa legal é um sinal claro de que o famoso produtor de Hollywood caído em desgraça teme que sejam feitas acusações criminais em Manhattan por suspeita de violação.
Entre os clientes anteriores de Brafman estão o 'rapper' Sean Combs, o ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn, o empresário farmacêutico Martin Shkreli e Michael Jackson.
O escritório de Brafman, contactado pela AFP, não fez comentários de imediato.
A imprensa americana noticiou na terça-feira que o procurador-geral do distrito de Manhattan estava a preparar uma ação penal contra Weinstein. A Polícia de Nova Iorque confirma uma acusação de violação credível contra ele e disse que está a reunir provas para um possível mandato de prisão.
"Não acreditamos que uma acusação contra Weinstein esteja iminente", disse o seu porta-voz na quarta-feira em um comunicado.
"Será feita uma apresentação formal em nome do senhor Weinstein no decurso da investigação e acreditamos firmemente que demonstraremos que não se justificam acusações criminais", acrescentou.
O gabinete do procurador recusou fazer comentários.
A atriz de "Boardwalk Empire", Paz de la Huerta, acusou publicamente Weinstein de violá-la duas vezes no seu apartamento de Nova Iorque no final de 2010.
Segundo a Polícia de Nova Iorque, o seu relato é "credível e detalhado".
Cerca de 100 mulheres acusaram o produtor de conduta sexual inapropriada desde que se publicou uma denúncia do New York Times a 5 de outubro, com acusações que vão de assédio até à violação. Este negou qualquer relação não consentida.
A The New Yorker referiu-se a Brafman como "o último dos grandes advogados de defesa".
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