Propostas para todas as idades e todos os géneros de pessoas e que, segundo o diretor daquela sala, Tiago Rodrigues, resultam do que entende por serviço público de Cultura.

Que “é, acima de tudo, o esforço de tornar o acesso à criação artística cada vez mais democrático, plural e inclusivo”, como sustentou, em junho último, na apresentação da temporada 2018/2019 daquele edifício que abriu portas em 1846.

À semelhança do que argumentou na mesma ocasião - e escreveu no destacável do programa da temporada - sobre o que entende que deve ser o seu exercício na função: “dar condições de trabalho a quem faz o teatro que as regras de mercado não permitem que exista, e sem o qual não podemos existir verdadeiramente enquanto sociedade".

“Um espetáculo para os meus filhos”, uma criação de Carlos Marques, Rita Abreu, Isabel Aboim Inglez e Rui Pina Coelho, interpretado por este e Carlos Marques, destinada aos mais novos e na qual se conta a vida e as ideias defendidas pelo filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), abrem o programa do fim de semana, com espetáculos a realizar, no Salão Nobre, nas manhãs dos dois dias.

As propostas do D. Maria II para a abertura de temporada não se confinam, contudo, a espetáculos de teatro nem às salas onde é hábitos estes acontecerem. Repartem-se, antes, por espaços que vão do átrio à biblioteca, onde nos dois dias haverá uma feira do livro e visitas guiadas à exposição sobre Amélia Rey Colaço, ao Salão Nobre ou à sala de Cenografia, onde decorrerão, também nos dois dias, leituras encenadas, com “Call center” e “O reino do fundo", respetivamente, a marcarem o dia de sábado.

Ainda no sábado, o teatro atravessará a avenida, com a realização de uma leitura encenada de “Antes que ela se apague”, na Sala do Rei, na Estação de Comboios do Rossio.

“Igual ao mundo: cinco peças de teatro”, de Jacinto Lucas Pires, e a estreia, à noite, na sala Garrett, da peça “Teatro”, do dramaturgo francês Pascal Rambert (1962)” - criada, encenada e com espaço cénico do próprio -, são também propostas para o primeiro dia de entrada livre desta temporada do D. Maria II.

Em cena até 14 de outubro, “Teatro” tem interpretação de Beatriz Batarda, Cirila Bossuet, João Grosso, Lúcia Maria, Rui Mendes e conta com Ásia Borralho Galante, Maria Abreu e Sara Barbosa no elenco infantil.

Uma encenação de David Pereira Bastos de “À espera de Godot”, de Samuel Beckett, também em estreia, na Sala Estúdio, preenche o programa do dia 15, que culmina com um concerto dos Clã, na varanda do teatro.

No dia 16, além da feira do livro e de outra visita guiada à exposição “Amélia”, repetem “Um espetáculos para os meus filhos” e “À espera de Godot”.

“Perigo Feliz”, trabalho dirigido por Tiago Rodrigues no âmbito da École des Maîtres, um projeto com mais de 25 anos que, todos os anos, convida um criador a trabalhar com jovens atores de Portugal, Bélgica, França e Itália e que este ano é orientado por Tiago Rodrigues, é outra das ofertas. O universo da linguagem e da tradução são o mote do espetáculo, a realizar na sala Garrett que fecha o dia 16.

O lançamento dos livros “Quarta-feira”, de Cláudia Dias e António Jorge Gonçalves, e leituras encenadas dos novos textos criados durante a temporada passada no Laboratório de Escrita para Teatro do D. Maria II, coordenado por Rui Pina Coelho, com o lançamento do livro respetivo, preenchem também o programa do segundo dia da abertura da nova temporada.

Apesar de as iniciativas serem de entrada livre, apenas os lançamentos de livros e o concerto na varanda não carecem de levantamento de ingressos.

Para os espetáculos, as entradas têm de ser levantadas na bilheteira do teatro, a partir das 12:00, no próprio dia, com um limite de duas por pessoa para um espetáculo à escolha, sem que se efetuem reservas.

A abertura da temporada do D. Maria II integra-se no programa "Lisboa na Rua", dinamizado pela Empresa municipal de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, a decorrer até 30 de setembro.