Na segunda-feira, o Dia Mundial do Livro, 23 de abril, conta com a inauguração da Casa José Saramago, em Óbidos, numa parceria entre a Fundação do Nobel da Literatura, a Câmara de Óbidos e a iniciativa Óbidos Cidade Criativa da Literatura da UNESCO, que ali fica sediada.
O Dia Mundial do Livro é uma data do calendário anual da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Na segunda-feira, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) e as Bibliotecas de Lisboa celebram a efeméride com a iniciativa “Ler em Todo Lado”.
Segundo a APEL, são mais de 30 horas de atividades, organizadas em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, a decorrer em diversas livrarias e bibliotecas durante o mês de abril, com o objetivo de promover a literatura e os hábitos de leitura dos portugueses.
Além de descontos e promoções em livrarias, realizam-se atividades na Biblioteca/Espaço Cultural Cinema Europa, a propósito do seu primeiro aniversário, como sessões de leitura para famílias com crianças entre os 3 e 6 anos, e um concerto do Coro Juvenil da Universidade de Lisboa.
Na Biblioteca do Palácio Galveias, realiza-se a 12.ª edição do Concurso Nacional de Leitura em que os participantes são desafiados a prestar provas de escrita e de leitura.
Na Biblioteca dos Coruchéus, o dia é para cantar os parabéns aos cinco anos de vida deste espaço cultural.
De 20 a 27 de abril, a semana é dedicada aos livreiros, com as habituais feiras de rua e exposições.
Este ano, pela primeira vez, o Plano Nacional de Leitura (PNL2027) estende-se à área da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior que, em parceria com as instituições de investigação e ensino superior e os estudantes, vai desenvolver projetos com vista à literacia nacional, no Museu Machado de Castro.
Em Oeiras, Fernando Pessoa e o Livro do Desassossego vão ser tema em destaque na celebração do Dia Mundial do Livro, com “Conversas do Desassossego”, que consistem em sessões de literatura e diálogos moderados.
A conversa terá lugar no auditório do Parque dos Poetas, com moderação de Ricardo Belo de Morais e a participação de Maria do Céu Guerra (atriz), Mafalda Arnauth (cantora), Henrique Câmara Pina (cineasta), Albano Jerónimo (ator).
No Porto, alunos de várias escolas vão dar voz a estrofes de “Os Lusíadas”, em português, inglês, espanhol e francês, as mesmas línguas em que a Livraria Lello edita o poema nacional deste autor universal, para ser lido por ainda mais leitores de todo mundo.
Esta iniciativa envolve bibliotecários, alfarrabistas, livreiros portugueses e representantes de algumas das livrarias mais bonitas de mundo.
O Grupo Porto Editora celebra este dia disponibilizando o acesso gratuito às obras do catálogo da Coolbooks, a chancela do Grupo dedicada aos novos nomes da literatura portuguesa.
A celebrar também o quarto aniversário da Coolbooks, durante esse dia, os mais de 80 títulos que compõem o seu catálogo - entre obras de literatura de viagem, romances, policiais ou thrillers - estarão à disposição dos leitores, em formato digital, (www.coolbooks.pt).
A FNAC associou-se também às celebrações do dia do livro, com uma iniciativa solidária e de incentivo à leitura, em conjunto com o Metropolitano de Lisboa e com a AMI.
No dia 23 de abril, entre as 08:00 e as 11:00, quem apanhar o metro na estação de Entrecampos, em Lisboa, pode requisitar um livro, até dia 31 de maio, em troca de partilhar uma dica sobre “como ter tempo para ler”.
Os livros devolvidos serão depois oferecidos à AMI para as suas bibliotecas.
Na mesma estação de metro, a jornalista e 'blogger' Helena Magalhães vai esconder alguns livros pelo local e deixar pistas no Instagram daquela rede livreira. Os participantes que encontrarem os livros poderão ficar com eles.
O metro não será o único transporte público a dar a oportunidade de ganhar um livro neste dia. Os carros da Cabify terão 10 cartões-oferta escondidos (cinco em Lisboa e outros cinco no Porto), no valor de 30 euros cada.
A Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas concebeu o cartaz deste ano, alusivo à data, a partir de uma fotografia de Luísa Ferreira, com imagens do Arquivo Nacional Torre do Tombo, que cruzam livros com séculos de vida e edições recentes, em diferentes línguas, de obras de Herberto Helder, Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Sophia de Mello Breyner Andresen, José Saramago, José Mariano Gago e Damião de Goes, numa relação com o Ano Europeu do Património Cultural.
Dia Mundial do Livro celebra as liberdades que tornam os livros possíveis, diz UNESCO
A comemoração do Dia Mundial do Livro é a celebração "das liberdades que os tornam possíveis", escreve a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.
O Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor está inscrito no calendário anual da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a 23 de abril, data em que se cruza a morte de Shakespeare, Cervantes e Garcilaso de la Vega, em 1616, e o nascimento de autores como Vladimir Nabokov e George Steiner.
"Quando celebramos livros, celebramos atividades - escrever, ler, traduzir, publicar - que contribuem para a realização humana. E celebramos, fundamentalmente, as liberdades que os tornam possíveis", como "a liberdade de expressão e a liberdade de publicar", e "essas são liberdades frágeis", alerta Audrey Azoulay, na sua primeira mensagem para o Dia Mundial do Livro.
São "liberdades negadas", hoje em dia, "quando escolas são atacadas e manuscritos e livros são destruídos", são liberdades postas em causa, "perante os muitos riscos" a que estão sujeitos os "direitos de autor e a diversidade cultural", escreve a diretora-geral da UNESCO, que recorda igualmente "as ameaças físicas que recaem sobre autores, jornalistas e editores, em muitos países".
"É nosso dever, então, em todos os lugares do mundo, proteger essas liberdades e promover a leitura e a escrita para combater o analfabetismo e a pobreza, fortalecer os fundamentos da paz e proteger as atividades relacionadas com a edição", prossegue a mensagem da UNESCO.
A organização apoiou assim a instituição do Prémio Voltaire, da Associação Internacional de Editores (IPA - International Publishers Association) que homenageia os seus pares "que se recusam a permanecer em silêncio, e permitem aos autores exercer sua liberdade de expressão".
Este ano, o prémio foi atribuído ao editor sueco de origem chinesa Gui Minhai, residente em Hong Kong, preso em janeiro, pelas autoridades de Pequim, quando viajava de comboio para a capital chinesa.
No âmbito do Dia Mundial do Livro, é também designada a cidade de Atenas como Capital Mundial do Livro 2018, "em reconhecimento pelos seus programas de apoio editorial", que facilitam "o acesso a livros à população em geral, e a migrantes e refugiados, em particular", destaca Azoulay, que assumiu a direção da UNESCO no passado mês de novembro.
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