Em comunicado, o músico e o promotor propõem a criação de um fundo, “como medida urgente e transitória”, através do qual as câmaras municipais assegurem “o seu serviço público musical, realizando espetáculos digitais”.
O objetivo é que “se mantenha e reforce o serviço público de apoio à criação musical não deixando cair a música e os seus protagonistas num situação de insustentabilidade”, referem os dois responsáveis.
A proposta é feita dias depois de terem sido cancelados ou adiados vários concertos e espetáculos pelo país, com a suspensão de programação cultural e encerramento de espaços culturais como medida restritiva para conter a pandemia da doença COVID-19.
O apelo surge ainda no dia em que tem início um festival - @FestivalEuFicoEmCasa - com atuações de quase 80 músicos até domingo, com transmissão em direto, e de forma gratuita, através da rede social Instagram.
João Gil, que também é coordenador da estrutura de missão Portugal Maior, e o promotor António Miguel Guimarães, recordam que “artistas, músicos, técnicos, agentes, produtores se encontram privados de fazer o trabalho e de ganhar a remuneração justa”.
O apelo é para que as câmaras municipais contratem músicos e artistas dos respetivos concelhos, para atuações que sejam gravadas ou transmitidas pela Internet.
“Quem comece imediatamente este programa, com uma transmissão diária à população. Que pague equitativamente e igual a todos os músicos e artistas contratados”, elencam.
João Gil e António Miguel Guimarães reforçam o apelo dizendo: “Não deixar na miséria os Músicos e Artistas profissionais que impulsionam toda a industria musical, é urgente”.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7000 morreram.
Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, há 448 casos confirmados de infeção. Na segunda-feira registou-se a primeira morte em consequência da doença.
Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.
Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas desde segunda-feira e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
O Governo também anunciou o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham de se deslocar por razões profissionais.
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