“Numa altura em que, por todo o país, centenas de livrarias veem-se na contingência de fecharem portas no contexto do estado de emergência que o país atravessa, o Grupo Porto Editora decidiu apoiar os pequenos retalhistas permitindo-lhes adiarem o pagamento das faturas com vencimento previsto para as próximas semanas”, informou o grupo editorial em comunicado.
Os pequenos livreiros foram contactados pela Porto Editora na segunda-feira e foram informados de que os pagamentos poderão ser efetuados até ao final do mês de junho, uma decisão que tem como objetivo “aliviar a pressão sobre a tesouraria das livrarias de micro e pequena dimensão”.
Em causa está a declaração do estado de emergência no país, que obrigou ao encerramento de praticamente todos os serviços de atendimento ao público, exceto os de primeira necessidade, e que recomenda fortemente às pessoas que se mantenham em casa.
Tais medidas, obrigaram as livrarias a fechar portas por tempo indeterminado, decorrendo daqui que as mais pequenas serão mais rapidamente afetadas na sua atividade, esclarece a Porto Editora.
No entanto, na segunda-feira, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, afirmou à Lusa que as livrarias podem estar abertas ao público durante o estado de emergência, se fizerem as vendas através de um postigo, considerando que os livros são também um bem de primeira necessidade.
O Grupo Porto Editora garante que “continuará particularmente atento a esta realidade, uma vez que se perspetiva um impacto particularmente negativo para o setor do livro em Portugal – um setor que atravessou uma longa década de crise da qual só em finais de 2019 e inícios de 2020 começava a dar sinais de retoma”.
O grupo editorial já tinha lançado uma iniciativa nas redes sociais, visando apoiar as pessoas que ficam em casa, designada #lerdoceler, em que todos os dias editores e autores publicam vídeos ou fotografias com sugestões de leituras e excertos de poemas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da COVID-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais.
Em Portugal, há 23 mortes e 2060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde.
Dos infetados, 201 estão internados, 47 dos quais em unidades de cuidados intensivos.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 2 de abril.
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