O setor livreiro tem sido fustigado em consequência das medidas de contenção destinadas a travar a propagação do novo coronavírus, responsável pela pandemia de COVID-19, que conduziram ao encerramento de livrarias por todo o país.
A Rede de Livrarias Independentes (ReLI) foi recebida no sábado, em Belém, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a quem deu conta “dos dramas das livrarias independentes" e quais são “os problemas imediatos” que necessitam de ser resolvidos com urgência.
“Tentar transmitir que fosse o mensageiro das nossas preocupações junto do primeiro-ministro”, disse à agência Lusa José Pinho, da ReLI, no final da audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, sustentando que “há um conjunto de problemas imediatos que, se não forem atendidos”, as livrarias independentes “não vão chegar aos próximos quatro meses”.
José Pinho, das livrarias Ler Devagar e Ferin, em Lisboa, avançou que esses problemas passam pelas rendas das lojas, pelos apoios, que tem de ser a fundo perdido e não reembolsados no futuro, e abranger os sócios gerentes das pequenas livrarias no ‘lay off’, uma vez que basta ter um funcionário para não poder estar contemplado com esta medida.
Segundo José Pinho, o Presidente da República quis saber quais as preocupações em concreto do setor, tendo em conta que já sabia que as livrarias e os editores estavam a passar por “um mau bocado, mas não sabia em pormenor o que se passava”.
“O Presidente da República não só está preocupado com o que esta a acontecer, como já se apercebeu que se não for feito nada vão fechar todas. O que é uma catástrofe, o país sem livrarias não existe", frisou ainda.
Marcelo Rebelo de Sousa recebeu ao longo da tarde de sábado 10 associações ligadas à cultura. A par da ReLI, no setor editorial e livreiro, ouviu ainda as preocupações da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros.
Em Portugal, morreram 880 pessoas das 23.392 confirmadas como infetadas, e há 1.277 casos recuperados, de acordo com os últimos dados da Direção-Geral da Saúde.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de COVID-19 já provocou cerca de 198 mil mortos e infetou mais de 2,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
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