Estreada em 2015 e criada a partir do original de Christopher Marlowe, a peça obteve financiamento através de uma recolha digital de fundos, ou ‘crowdfunding’, na plataforma PPL, onde angariou 2600 euros.
A conhecida história de Fausto já teve “uma série de versões, talvez mais de mil”, disse à Lusa o encenador Roberto Merino, por altura da estreia, que recorda o conto do homem cujo mundo “está concentrado no seu gabinete, onde há uma coisa que falta, que é conhecer o amor”.
“Para tal vai ter de recorrer a uma força externa, que pode estar ao alcance dele através da magia. Estamos no final da Idade Média, a alquimia, necromancia, tudo se junta para invocar a força demoníaca que vem do exterior, do Inferno, e que vai reclamar a alma de Fausto”, lembra Merino.
“Fausto”, que conta com Mário Moutinho e Rui Queiroz de Matos, na interpretação, estará em cena no Teatro de Belomonte, de 25 de janeiro a 4 de fevereiro, podendo ser visto de quinta-feira a domingo.
A peça é o primeiro marco das celebrações dos 30 anos da companhia de teatro, fundada em setembro de 1988, quando se apresentou no Festival Mondial des Théâtres de Marionnettes, em Charleville-Mézières, França.
Grande parte da sua atividade ‘mistura-se’ com a de Seara Cardoso, que encenou todos os espetáculos do Teatro de Marionetas do Porto entre 1988, ano de fundação do TMP, e 2010, ano em que viria a morrer.
O artista natural do Porto começou a sua atividade no Teatro Universitário do Porto e, ao longo da vida, fez “cerca de 1.500 representações do ‘Teatro Dom Roberto’”, pode ler-se na página da companhia de teatro que fundou.
Além dos 30 anos da companhia, instalada na rua de Belomonte e atualmente dirigida por Isabel Barros, também o Museu de Marionetas do Porto celebra em 2018 cinco anos de existência.
Nos próximos meses, a atividade da companhia vai continuar a apresentar produções em jeito de comemoração, repondo peças bem acolhidas dos últimos anos, como o caso de “Kitsune”, reposto a 23 e 24 de fevereiro, no Teatro Municipal de Matosinhos.
De 7 a 11 de março, o Teatro Carlos Alberto recebe “Óscar”, concebido por Seara Cardoso em 1999, e, no Teatro Municipal Rivoli, é reposto “Arcano”, criado em 2017 a partir da obra de Franz Kafka, a 6 e 7 de abril.
Entre as comemorações, que decorrem até dezembro com várias outras peças, nota ainda para o lançamento do livro “Marionetas do Porto – 30 anos – As Marionetas não morrem”, no dia 4 de fevereiro, no Teatro de Belomonte.
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