
O MEO Marés Vivas 2025 arrancou esta sexta-feira, dia 18 de julho, em Vila Nova de Gaia, com 'casa' cheia. A edição deste ano do festival está "totalmente esgotada", revelou Jorge Lopes, diretor da PEV Entertainment, pouco depois das partes abrirem - veja aqui a reportagem.
O primeiro dia de rock encheu o recinto do festival ao som dos Hybrid Theory, Marcus King, Xutos & Pontapés e Scorpions. O 'gigante' Palco MEO foi pequeno demais para tanta música.
Scorpions: We still loving you
Porque os últimos são, muitas vezes, os primeiros, começamos onde a noite termina, com os Scorpions. Os seus sucessos unem tempos e gerações, numa plateia eclética, onde o rock clássico parece imperar.
Sustentados por potentes cenários, guitarras eletrizantes e bateria estilizada, a banda traz muito palco para as suas atuações. Nos ecrãs gigantes um flashback de 60 anos de música espalhada pelo mundo: 83 países, para ser mais exato. Das baladas ao hard rock, dos hits aos clássicos, os êxitos das décadas de 80 e 90 continuam a ecoar e a fazer tanto sentido.

O instrumental segue refinado e único, capaz de (co)mover a multidão que encheu o recinto do festival, e ressoar no espaço, como só os grandes sabem fazer. Uma explosão de guitarras e bateria, um ritmo frenético, os rockstars ainda com muito estilo.
Saber retirar-se graciosamente também é uma arte e não está ao alcance de todos. Klaus Meine, apesar da imensa vontade de estar em palco, dá mostra dos anos que passam, de uma idade que não pode ser sonegada e de um vigor que teima em escapar-se.
Ainda assim, a oportunidade de ver e ouvir os Scorpions ao vivo continua a ser impagável, sobretudo ao som de sucessos como "Send me an Angel", "Wind of Change" ou "Still loving you". Há espaço para uma velada veneração, por tanto que deram à música, com um misto de nostalgia, por tudo o que os anos teimam em apressar.
Xutos & Pontapés: sempre enormes
Antes dos Scorpions assumirem o barco do MEO Marés Vivas, os Xutos & Pontapés foram os capitães da multidão.
Nos ecrãs, as imagens a preto e branco, como o X icónico, arrancam os primeiros aplausos do público. Os festivaleiros sabem as letras de cor e adiantam-se ao Tim, como líderes de uma plateia a uma só voz.
A idade parece escapar entre os sons de uma música perene, que toca todas as gerações. O líder da banda não se cansa de puxar pelo público, que, de bom grado, se manifesta entre palmas, apupos e mãos no ar. O som da bateria que se prolonga com os aplausos, onde o palco é plateia e o público é palco, numa sintonia mais que perfeita.

No alinhamento, "Para ti Maria" inaugura o reportório, seguida dos temas "Enquanto a noite cai" e "Privacidade". Ao longo de mais de uma hora de concerto, tempo para músicas intemporais, como "Chuva dissolvente", "Circo de Feras" ou "Não sou o único".
A pergunta "mais um par de músicas, pode ser?” parece ser simples retórica. Um par é muito pouco para tantos êxitos, ao longo de tantos anos. Tempo ainda para grandes temas, como "Ai se ele cai’"e a "A Minha Casinha", acompanhados pelos festivaleiros, que a plenos pulmões, se fazem ouvir, como se o amanhã fosse agora, numa hora de dar tudo.
A banda despede-se ao som de "O homem do leme" e Tim continua a agradecer ao público pela presença. Grata está a multidão que se uniu em torno dos eternos e enormes Xutos.
Marcus King: do blues ao rock clássico

O músico e compositor norte-americano traz na bagagem os temas de “El Dorado”(2020) e “Mood Swing” (2024). É certo que muitos parecem desconhecer a sua música, mas a sua voz e a sua guitarra rapidamente tomam conta do público.
Com composições intensas e emocionais, Marcus King exibe as suas influências, dos blues ao soul e ao rock clássico. Dono de uma voz ímpar e de um domínio instrumental exímio, o músico, pela primeira vez em Portugal, proporciona um excelente momento, repleto de boa música.
Hybrid Theory: Linkin Park ao mais alto nível
A banda de tributo aos Linkin Park dispensa apresentações. Cabe aos Hybrid Theory inaugurar o palco MEO e fazem-no com classe de gigantes. Uma atuação frenética ao som dos grandes temas da banda norte americana, como ‘Numb’, ‘One step closer’ e ‘In the end’. Numa mistura de nu metal com rap rock, assinatura de marca do grupo, os Hybrid Theory são a banda de tributo, que revisitam os clássicos, com domínio vocal e instrumental notáveis.

Durante três dias, dois dos quais estão já esgotados, o antigo parque de campismo da Madalena de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, acolhe artistas nacionais e internacionais em cinco palcos.
Este sábado, dia em que a lotação está esgotada, é a vez dos Thirty Seconds to Mars subirem ao palco principal com o sexto álbum de estúdio “It’s The End Of The World But It’s A Beautiful Day”, lançado em setembro.
Os portugueses Miguel Araújo e Os Quatro e Meia, Nena e Joana Almeirante e Luis Trigacheiro & Buba Espinho compõem o resto do cartaz do segundo dia do festival.
O cantor, compositor, Dj e produtor musical brasileiro de 26 anos Pedro Sampaio será o responsável por encerrar o terceiro e último dia do Marés Vivas, palco onde subirão ainda os Calema, Ozuna e Nenny.
Pelos outros quatro palcos espalhados pelo recinto, os festivaleiros poderão ainda assistir às atuações de Insert Coin, Milhanas, Jéssica Pina, Zarco, Jimmy P., Beatriz Rosário, Lhast e Tiago Nacarato.
Uma das novidades da edição deste ano do festival é a roda gigante e um slide, assim como uma área de restauração maior e mais diversificada.
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