Os nomes dos músicos confirmados para esta edição foram anunciados hoje pelo mentor da iniciativa, Vasco Durão, numa conferência de imprensa, em Lisboa.
A organização fez o desafio a Bruno Pernadas, que decidiu convidar Mário Delgado para fazer pareceria com eles. "Tentamos em cada edição ter um conceito musical diferente e esta será mais jazz, mas com o Bruno e o Mário não se sabe bem para onde poderá ir", disse o responsável.
Os músicos vão "criar conteúdo original" que será apresentado "em palcos que pretendem valorizar o património alentejano".
Os concertos decorrem entre 24 de maio e 1 de junho - Crato (24 maio), Estremoz (25 maio), Avis (31 maio) e Beirã-Marvão (01 junho) -, em locais como "claustros, igrejas e estações de comboios desativadas".
Na conferência de imprensa de hoje, os músicos interpretaram três temas. "Só um cheirinho, porque, para ouvirem o resto, terão que ir ao Alentejo", desafiou Vasco Durão.
Para Bruno Pernadas, este desafio junta um "desejo muito antigo, de ter um duo" a "poder tocar no Alentejo" com um músico que considera "inspirador".
Mário Delgado confessou ter ficado "surpreso" com o telefonema de Bruno Pernadas a desafiá-lo para fazerem dupla, já que os dois não se conheciam.
"Conhecia a música dele e quando a ouvia fazia-me estalar a cabeça, porque toca música muito diferente", partilhou.
O facto de ambos não serem apenas músicos de jazz tem sido, contou Mário Delgado, "uma das coisas mais difíceis - uma dificuldade boa" na definição de um repertório para os concertos. "É que gostamos de muita coisa diferente, podemos abarcar muitos estilos", disse.
Bruno Pernadas, de 36 anos, formado em composição, com os cursos da Escola Superior de Música de Lisboa e da Escola de Jazz do Hot Club, e professor de Teoria Musical, faz parte de projetos como Julie & The Carjackers, Minta & The Brook Trout, Real Combo Lisbonense e Montanhas Azuis.
O primeiro disco do guitarrista a solo, “How can we be joyful in a world full of knowledge”, foi editado em 2014.
Em setembro de 2016, editou, em simultâneo, “Those Who Throw Objects at The Crocodiles Will be Asked to Retrieve Them” e “Worst Summer Ever”, distintos entre si e espelho de múltiplas referências musicais.
“Those Who Throw Objects at The Crocodiles Will be Asked to Retrieve Them" é considerado uma continuidade do disco de estreia, com canções que atravessam rock, ‘space-age pop’, ‘funk’, música africana e psicadelismo. Em "Worst Summer Ever", Bruno Pernadas explora a linguagem do jazz mais clássico, com recurso a formações musicais variadas, do trio ao sexteto.
Mário Delgado, de 56 anos, estudou jazz na escola do Hot Clube de Portugal, onde participou em vários combos e grupos formados por alunos.
Ao longo da carreira tem colaborado regularmente com músicos portugueses, de várias áreas, como Carlos Martins, Maria João, Nanã Sousa Dias, Carlos Bica, José Mário Branco, Anamar, Jorge Palma, Mário Laginha e Janita Salomé.
Com o contrabaixista Carlos Barretto fundou o Carlos Barretto Trio, que integra também o baterista José Salgueiro. Com esta formação gravou os álbuns “Suite da Terra" (1998), "Silêncios" (2000), "Lokomotive" (2003), "Radio Song" (2002) e "Labirintos" (2010).
Mário Delgado, que é igualmente professor, participa ainda em projetos como Filactera, TGB (com o baterista Alexandre Frazão e o tubista Sérgio Carolino) e LA Jumping Pulgas.
O Guitarras ao Alto aconteceu pela primeira vez em 2014, nessa edição participaram Tó Trips e Filho da Mãe. Nos anos seguintes, a iniciativa contou com parcerias entre Norberto Lobo e Luís José Martins (2016), Frankie Chavez e Peixe (2017) e Francisca Cortesão e Mariana Ricardo (2018).
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