“A organização decidiu que o tema da nona edição da Bienal seja de homenagem e de introspeção sobre a resistência humana contra as arbitrariedades políticas, sociais e ecológicas”, disse à agência Lusa Osvaldo de Sousa, diretor da Humorgrafe.
No dia 29 de junho, na Casa Família Oliveira Guimarães, no Espinhal, Penela, coincidindo com a reunião do júri da IX Bienal de Humor Luíz d’Oliveira Guimarães (BHLOG), abre ao público a exposição “Migrantes”, com obras de Agim Sulaj, nascido em Tirana, capital da Albânia, em 1960, quando o país balcânico era liderado pelo comunista Enver Hoxha.
“Esta exposição está centrada na mala”, enquanto “ícone do migrante e da luta resiliente pela sobrevivência”, revelou Osvaldo de Sousa, especialista em humor gráfico e coordenador científico da BHLOG.
Tendo em conta “todo o percurso de resiliências” de Agim Sulaj, “uma das vozes mais importantes a nível mundial do humor gráfico”, a organização outorga-lhe o Prémio Homenagem Internacional Luiz d’Oliveira Guimarães.
“Agim é um caminhante do mundo que, após ter deixado a sua terra natal, sedentarizou-se na Itália. A sua peregrinação como migrante artístico continua imparável, deixando as pegadas um pouco por todo o mundo, expondo e participando em eventos e recebendo prémios”, disse o historiador Osvaldo Sousa, realçando que também Portugal “tem sido um pouso frequente das suas estadas temporárias”.
Outro artista agraciado pela sua carreira é o português António, do semanário Expresso, este por 50 anos de atividade criativa, cujas obras vão estar expostas na Casa Família Oliveira Guimarães a partir de 31 de agosto.
Antecedendo o essencial do programa, uma mostra de caráter pedagógico, subordinada ao tema “Resistência e Resiliência Humanas”, já pode ser apreciada nas instalações do Agrupamento de Escolas Infante D. Pedro, associada ao III Concurso de Humor Escolar de Penela.
O Concurso Internacional IX Bienal de Humor começa, no dia 31 de agosto, com exposições nos Paços do Concelho de Penela, Museu do Rabaçal, Casa Família Oliveira Guimarães, Casa da Cultura e Junta de Freguesia do Espinhal.
“Resistência e Resiliência Humanas” é o tema na área do cartune, enquanto o humanista cônsul Aristides de Sousa Mendes é a personalidade homenageada no concurso de caricatura.
A exposição “50 Anos de Abril, 50 ícones da Resistência e Resiliência Humanas” é inaugurada a 29 de julho, também no Espinhal.
Segundo Osvaldo de Sousa, “a ideia é homenagear a resistência de anti-heróis da Humanidade, indivíduos que entram na luta não para serem reconhecidos, não para serem idolatrados, mas apenas por convicção, por fé em ideais, ética e moral”.
Entre os 50 homenageados, com a ajuda de 18 caricaturistas nacionais e por representarem esse espírito, estão vários portugueses, como Álvaro Cunhal, Margarida Tengarrinha, Dias Coelho, Salgado Zenha, Angelina Vidal, Aristides de Sousa Mendes, Maria Lamas, Bento de Jesus Caraça, Virgínia de Moura, Mário Sacramento e Rosa Mota, entre outros.
Integram também a lista nomes como Mahātmā Gandhi (Índia), Salvador Allende (Chile), Rosa Parks (EUA), Nelson Mandela (África do Sul), Juan Antonio Barden (Espanha), Victor Jara (Chile), Pepe Mujica (Uruguai), Wangari Maathai (Quénia), Angela Davis (USA), Kailash Satyarthi (Índia), Rigoberta Menchu (Guatemala), Narges Mohammadi (Irão) e Malala Yousafzai (Paquistão).
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