Vítor Paulo Pereira não esconde que voltaria a pisar com "muito gosto" o palco da praia fluvial do Taboão onde já atuou, em jovem, nas três primeiras edições quando fazia parte da banda "Boucabaca", mas não sublinha que "não gosta de fazer promessas que não sabe se vai cumprir".
"É preciso ensaiar muito e a agenda política às vezes não o permite. Vamos ver como corre", afirmou o autarca, referindo-se a eventual uma atuação no festival de música que, em 2017, vai celebrar 25 anos.
Certa, garantiu, é a sua participação na Escola do Rock, que vai decorrer entre 18 e 23 de dezembro, naquela vila do Alto Minho. O espetáculo final que vier a ser produzido pelos cerca de 50 participantes vai integrar o programa comemorativo dos 25 anos do festival de Paredes de Coura.
"Quando for para a Escola do Rock posso ser um exemplo para os miúdos porque eles vão chegar à conclusão que eu não toco muito bem mas não tenho vergonha de aprender", explicou.
A "paixão" de Vítor Paulo Pereira pela música vem dos tempos de estudante universitário, em Coimbra.
Com os 40 contos (cerca de 200 euros) que o pai lhe havia dado para o traje académico comprou a primeira guitarra-baixo. Diz que nessa época, com 22 anos, "não queria ser músico mas gostava muito das bandas dos anos 80 como os Joy Division, Bauhaus, Jesus and Mary Chain e Mão Morta".
Garantiu que o regresso à música não foi planeado, aconteceu "por culpa" de quatro amigos, alguns vereadores do executivo que lidera, quando em janeiro de 2015, lhe ofereceram uma guitarra como prenda de aniversário.
Tinha ficado sem guitarra antiga, a comprada com o dinheiro do traje académico, depois de a ter emprestado a uma banda onde o irmão tocava bateria.
Após a oferta do novo instrumento, o "bichinho" da música, adormecido desde 1998, voltou a mexer e nem o cargo de autarca que desempenha desde 2013 o inibiu de participar na residência artística dedicada ao rock.
"As pessoas, muitas vezes, acham que o perfil de autarca tem que ser conservador, tristonho e pouco aberto à sociedade", argumentou. "Mas não", defendeu "é preciso mostrar que se pode ser competente, ter respeito e ser aberto à sociedade".
"O que conta é o trabalho, o carinho que se põe na atividade que se desempenha e o cuidado na governação da tua terra. Tudo o resto não tem importância", referiu o autarca que também esteve na origem do festival de música que colocou o concelho no mapa nacional.
A "brincadeira de rapazes" iniciada em 1993, na praia fluvial do Taboão, virou referência no panorama dos festivais portugueses e deu o mote para o lançamento, em 2014, de uma residência artística dedicada ao rock.
"A Escola do Rock não é nenhum devaneio. É uma escola onde há alunos e professores, onde os miúdos aprendem disciplina, rigor e é uma forma de educar através da arte", sustentou.
Aquela residência artística valeu a Paredes de Coura o Prémio Município do Ano 2015, atribuído pela Universidade do Minho.
Decorre sempre durante a pausa letiva do Natal e destina-se a músicos de todo o país e de todas as nacionalidades, com mais de 14 anos.
Comentários