O projeto 8 Marvila “requalificou a característica fachada e seguiu uma filosofia de reutilização, reaproveitando mais de metade do entulho, madeira, ferro, chapa, incluindo os armários contadores dos armazéns”, lê-se num comunicado enviado à agência Lusa.
O espaço, com 22 mil metros quadrados, “irá crescer ao longo do seu período de vida, numa operação de reurbanização que pretende dinamizar a Zona Oriental de Lisboa com uma oferta da produção local de cultura, comércio, restauração e até desporto”.
Construído na Praça David Leandro da Silva em 1917, o edifício serviu originalmente para armazenar vinho produzido no Bombarral pela Sociedade Abel Pereira da Fonseca, fundada em 1906 e que fechou atividade em 1993.
Desde o final da década da 1990, o edifício tem sido palco de vários eventos e, mais recentemente, acolheu nas suas instalações espaços de ‘coworking’ e restaurantes.
Os responsáveis pelo 8 Marvila referem que o edifício, de propriedade privada, “terá como destino futuro um projeto imobiliário na cidade”. Até tal acontecer, “o 8 Marvila pretende ser um exemplo de reaproveitamento, de uma Lisboa que utiliza os seus espaços como uma montra para uma cidade alternativa e empreendedora”.
A partir de quarta-feira, será possível aceder-se ao clube Outra Cena, a um novo espaço da Galeria Zé dos Bois, que tem o edifício sede no Bairro Alto, e a um restaurante.
A Zé dos Bois apresenta nesse dia a performance “Woyzeck Fuck’em’ol”, de Cláudio Silva, Carolina Dominguez e Pedro Paiva.
O 8 Marvila, que tem como curador o fundador do OutJazz, José Filipe Ribeiro Pinto, terá também, “em breve”, uma sala de concertos com lotação para 1.500 pessoas e galerias de arte, entre as quais a Because Art Matters, plataforma que até agora não tinha um espaço físico.
O edifício irá acolher igualmente nove campos de padel, 22 espaços comerciais, entre os quais uma loja de restauro de bicicletas, um estúdio de tatuagens e lojas de roupa, e uma praça central com uma esplanada, um bar e rulotes de comida.
Além disso, há “diversos espaços à disposição para eventos”.
Dentro do edifício, de traça industrial, serão espalhadas plantas e flores, algo que “reflete a prática sustentável do projeto”.
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