Poucos meses depois da morte do norte-americano, os seus herdeiros e a Sony assinaram um acordo por um valor recorde, estimado em cerca de 200 milhões de dólares pelo Wall Street Journal. O acordo prevê o lançamento de sete álbuns em dez anos, com faixas inéditas e outras reeditadas.

Em 2010, "Michael", o primeiro dos sete álbuns póstumos, apresentado como inédito, recebeu críticas maioritariamnete negativas, chegando a gerar uma polémica sobre a autenticidade da voz de Michael Jackson na gravação. O segundo álbum foi chegou em 2012 a propósito do 25º aniversário de "Bad".

De acordo com a revista Forbes, Michael Jackson é a celebridade morta que no ano passado "ganhou" mais dinheiro no mundo. Os seus herdeiros receberam 160 milhões de dólares em 2013, depois de 145 milhões em 2012 e 170 milhões em 2011.

Para o disco "Xscape", o terceiro da série, L.A. Reid, chefe da Epic Record (filial da Sony), revirou o arquivo de Michael Jackson e escolheu somente as músicas inteiramente cantadas pelo "Rei da Pop".

Os oito temas do álbum são inéditos, por não não constarem em qualquer álbum comercial, mas seis já têm circulado pela internet. As versões para o álbum foram "modernizadas" por vários produtores, entre eles Timbaland, estrela R'n'B e colaborador de Justin Timberlake e Beyoncé. A lista inclui outros fabricantes de hits como o grupo Stargate (Beyoncé, Rihanna...), Rodney Jerkins (Black Eyed Peas, Lady Gaga...), Jerome "Jroc" Harmon e John McClain.

A Epic Records pediu aos produtores para "tornar as canções mais contemporâneas, mantendo a essência e integridade" de Michael Jackson. "Michael deixou para trás performances vocais que estamos orgulhosos de apresentar através dos olhos dos produtores com os quais trabalhou ou gostaria de trabalhar", explica L.A. Reid.

Uma edição "deluxe" de "Xscape" também incluirá as gravações originais das músicas. Algumas gravações datam dos anos oitenta e a produção procurou enfatizar a nostalgia, invocando a mistura única de pop, soul e disco que Michael Jackson manteve durante a sua colaboração com Quincy Jones.

O álbum inclui "Do you know where your children are?", em que o cantor, que enfrentou acusações de pedofilia, pergunta aos pais se sabem onde estão os seus filhos depois da meia noite.

A crítica internacional tem recebido bem o disco. "Percebemos imediatamente que foi investido muito tempo (e dinheiro) nestas canções e que tiveram o trabalho de apresentá-las da melhor forma possível", comentou o jornal britânico The Guardian. "Resta uma pergunta: se estes temas não eram bons o suficiente para serem divulgados na época, porquê agora?", questiona a BBC.

@AFP